RÁDIO MENSAGEIRA DA PAZ

sábado, 13 de agosto de 2011

SANTA VIDA DE SÃO JOSÉ


Sagrada Família
MÍSTICA CIDADE DE DEUS – TERCEIRO TOMO – QUINTO LIVRO

CAPÍTULO 16

PRIVILÉGIOS DE SÃO JOSÉ

Idade de Maria, ao morrer São José

886. São José, o mais feliz dos homens, viveu sessenta anos e alguns dias. Aos trinta e três desposou Maria santís­sima e em sua companhia viveu pouco mais de vinte e sete. Quando o Santo mor­reu, a grande Senhora contava quarenta e um anos e meio. Aos catorze desposou-se com São José, acrescentando-se os vin­te e sete que viveram juntos, somam qua­renta e um, mais o prazo que vai de 8 de setembro até a feliz morte do santo Esposo.
Nesta idade, continuava a Rainha do céu, na mesma perfeição natural que atingiu aos trinta e três anos. Não enve­lheceu, nem perdeu nada daquele per­feitíssimo estado que expliquei no capítulo 13 deste livro.
Experimentou, porém, natural sentimento pela morte de São José, pois o amava como esposo, como santo tão excelente na perfeição e como seu amparo e benfeitor. Esta dor da prudentíssima Senhora foi bem ordenada e perfeita, mas nem por isto foi pequena. Seu amor era grande, princi­palmente porque conhecia o grau de san­tidade de seu Esposo, colocado entre os maiores santos escritos no livro da vida e na mente do Altíssimo. Se, o que se ama não se perde sem dor, maior será a dor de se perder o que muito se ama.
As excelências de São José

887. Não pertence à finalidade desta História escrever, de propósito, as excelências da santidade de São José. Tampouco tenho ordem para isso a não ser de passagem, o quanto basta para mais re­alçar a dignidade de sua Esposa e nossa Rainha, a cujos merecimentos, depois dos de seu Filho santíssimo, devem-se atribuir os dons e graças concedidos pelo Altís­simo ao glorioso Patriarca.
Mesmo que a Senhora não tenha sido a causa meritória da santidade de seu Esposo, foi pelo menos o fim imediato para o qual essa santidade era ordenada. O cúmulo de virtudes e graças que o Se­nhor comunicou a São José, tinha a finali­dade de o tornar digno esposo e guarda daquela que ele escolhera por Mãe. Por esta regra e pelo amor e apreço que Deus teve por sua Mãe santíssima, deve-se medir a santidade de São José.Penso que, se no mundo existisse outro homem mais perfeito e de melhores qualidades, o Se­nhor tê-lo-ia dado por esposo à sua Mãe. Já que lhe deu o patriarca São José, é por­que, fora de qualquer dúvida, era o melhor que havia na terra.
Tendo-o criado e preparado para tão elevada missão, é certo que seu poder o tornaria idóneo e proporcionado a ela. Esta proporção, segundo entendemos na luz divina, deveria consistir nas virtudes, dons, graças e inclinações infusas e naturais.
São José milagre de santidade

888. Entre este grande Patriarca e os demais Santos, noto diferença a res­peito dos dons com que foram agraciados. A muitos Santos foram concedidos favores e privilégios que não visavam dire-tamente à sua santidade pessoal, mas lhes eram dados para outros fins a serviço do Altíssimo na pessoa do próximo. Eram dons ou graças grátis datas, remotas à san­tidade.
Em nosso abençoado Patriarca, porém, todos os dons visavam o cres­cimento de suas virtudes e santidade, pois o ministério para o qual se desti­navam era expressar sua santidade e suas obras. Sendo mais santo e angélico, era mais idóneo para esposo de Maria santíssima e depositário do tesouro e sacramento do céu. Devia ser um mila­gre de santidade, como realmente foi.
Este prodígio começou com a formação de seu corpo no ventre materno. Deus teve por ele particular providência, e foi composto com proporcionados humores, excelentes qualidades, compleição e temperamento. Foi terra abençoada que mereceu uma boa alma (Sab 8, 19) e retidão de inclinações.
Aos sete meses de sua concepção foi santificado no ventre de sua mãe. Foi­ lhe atado o fomes pecati para o resto da vida, e jamais sentiu movimento impuro ou desordenado. Nesta primeira santificação não lhe foi dado o uso da razão, mas só foi justificado do pecado original. Sua mãe, todavia, sentiu particular alegria do Espírito Santo, e mesmo sem entender todo o mistério, fez grandes atos de vir­tudes e julgou que seu filho seria ad­mirável aos olhos de Deus e dos homens
Nascimento e vida de São José até desposar Maria
O santo menino nasceu per­feitíssimo e muito belo, dando a seus pais extraordinária alegria, como a que houve ao nascer o Batista, embora o motivo daquela fosse mais oculto. Apressou-lhe o Senhor o uso da razão, dando-a perfeita aos três anos, dotada de ciência infusa e novo aumento de graça e virtudes. Desde esse momento começou o menino a co­nhecer a Deus, tanto pela fé como pela inteligência natural, como causa primeira e autor de todas as coisas. Compreendia perfeitamente tudo o que se dizia sobre Deus e suas obras, e desde aquela idade teve elevada oração, contemplação e ad­mirável exercício das virtudes, o quanto permitia sua idade infantil.
Aos sete anos, quando os outros chegam ao uso da razão, São José já era homem perfeito, nela e na santidade. Pos­suía temperamento manso, caritativo, afável, sincero e em tudo manifestava in­clinações, não apenas santas, mas angéli­cas. Crescendo em virtude e perfeição, levou vida irrepreensível até a idade em que desposou Mana santíssima.
A santidade de São José: por Maria e para Maria
Nesta ocasião, intervieram as súplicas da divina Senhora para o aumento e confirmação dos seus dons de graça. Ela pediu ao Altíssimo que, se Ele lhe orde­nava tomar estado de matrimónio, santi­ficasse José para que este sintonizasse com seus castíssimos pensamentos e de­sejos. A divina Rainha compreendeu que o Senhor a atendia, e com seu poder agia copiosamente sobre o espírito e potências de Sâo José. Infundiu-lhe perfeitíssimos hábitos de todas as virtudes e dons, cujos efeitos não se podem traduzirem palavras
Retificou novamente suas potên­cias, encheu-o de graça, confirmando-a nela por admirável modo. Na virtude e dom da castidade, ficou o santo mais ele­vado do que o supremo serafim, porque a pureza que eles possuem sem corpo, foi concedida a São José, em corpo terreno e carne mortal. Jamais entrou em suas potências imagens nem espécie de coisa impura da natureza animal e sensível.
Com esta abstração e com uma sin­ceridade columbina e angélica, ficou em condições de permanecer na presença e companhia da puríssima entre todas as criaturas. Sem tal privilégio, não seria idóneo para tão grande dignidade e rara excelência.
A caridade de São José

891. Nas demais virtudes foi ad­mirável, e especialmente na caridade, pois se encontrava na fonte onde podia saciar-se daquela água que jorra para a vida etema (Jo 4, 14), e junto ao fogo, como matéria propícia, para nele se inflamar sem resistência.
O maior encarecimento desta vir­tude do amante Esposo, foi o que disse no capítulo passado , o amor de Deus foi a enfermidade e o instrumento que lhe cor­tou o fio da vida e o fez privilegiado na morte. As doces ânsias do amor ultrapas­saram e como que absorveram as da na­tureza que agiram menos que aquelas. Tinha presente ao objeto do amor, Cristo Senhor nosso e sua Mãe, que lhe perten­ciam mais do que qualquer outra criatura os pôde possuir. Era inevitável que aquele fiel e puríssimo coração se dissolvesse nos afetos e efeitos de tão peregrina caridade.
Bendito seja o Autor de tantos prodígios e bendito seja o mais feliz dos mortais, José que os recebeu. E digno de que todas as gerações e povos o conheçam e bendigam, pois com nenhum outro fez tais coisas o Senhor, nem manifestou tanto o seu amor.
Privilégios de São José

892. Das visões e revelações divi­nas com as quais foi favorecido São José, disse alguma coisa no decurso desta História  e muito mais se poderia dizer. O principal, porém, fica subentendido pelo fato do Santo ter conhecido os mistérios de Cristo Senhor nosso e de sua Mãe santíssima; de ter vivido na compa­nhia de ambos tantos anos, como ver­dadeiro Esposo da Rainha e considerado pai do mesmo Senhor.
Tenho entendido que, por sua grande san­tidade, concedeu-lhe o Altíssimo certos privilégios em favor dos que. nas devidas condições, invocarem sua intercessão.

Primeiro: alcançar a virtude da castidade e vencer os perigos da sensuali­dade carnal
Segundo: obter grandes auxílios para sair do pecado e voltar à amizade de Deus.
Terceiro: alcançar por seu inter­médio, devoção a Maria santíssima.
Quarto: ter uma boa morte e pro­teção contra os demónios naquela hora.
Quinto: privilégio do nome São José para afugentar os demónios.
Sexto: alcançar saúde corporal e auxílio noutros sofrimentos.
Sétimo: para os casais terem filhos.
Estes, e outros muitos favores, são concedidos por Deus àqueles que, como convém, lhos pedem pela intercessão de São José. De minha parte, peço a todos os fiéis da santa Igreja que lhe tenham grande devoção, e farão a experiência, se se dis­puserem como é preciso, para merecer al­cançar seus favores.
DOUTRINA QUE ME DEU A RAINHA DO CÉU MARIA SANTÍSSIMA.
Excelência de São José

893. Minha filha, escreveste que meu esposo São José é nobilíssimo entre os santos e príncipes da celestial Jeru­salém. Não obstante, agora não podes manifestar completamente sua eminente santidade, nem os mortais são capazes de a conhecer, antes de chegarem à visão da Divindade. Ali, na admiração e louvor de Deus, poderão compreendê-la. No dia do juízo final, quando todos os homens forem julgados, os infelizes condenados chorarão amargamente por não terem, por causa de seus pecados, conhecido e aproveitado este meio tão poderoso e efi­caz, para adquirir a amizade do justo Juiz e a salvação. Os mundanos têm se desin­teressado muito pelos privilégios e prer­rogativas que o Altíssimo Senhor con­cedeu a meu santo esposo, e de quanto pode sua intercessão junto ao Senhor e a mim. Asseguro-te, caríssima, que na pre­sença da divina justiça, é um dos grandes validos para apaziguá-la a favor dos pecadores.
Devoção a São José

894. Por esta notícia e luz que re­cebeste, quero que sejas muito agradecida ao Senhor, assim como ao favor que nisto te faço.
De agora em diante, no que te res­ta de vida, procura progredir na devoção e cordial afeto por meu santo Esposo. Bendize ao Senhor por se ter mostrado tão liberal com ele, e pelo gozo que eu senti em conhecer sua santidade. Em todas tuas necessidades recorre à sua intercessão, in­centiva sua devoção, e que tuas religiosas se distinguam muito nela. O que meu Esposo pede no céu, concede o Altíssimo na terra, e a suas petições tem vinculado grandes e extraordinárias graças para os homens, se não se fazem indignos de as receber. Estes privilégios correspondem à perfeição columbina e grandiosas vir­tudes deste admirável Santo. A divina clemência inclinou-se para elas e o olhou liberalissimamente para conceder ad­miráveis misericórdias para ele e para os que se valerem de sua intercessão.

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