29 DE ABRIL - DIA DE SANTA CATARINA DE SENA - MENSAGEM COMUNICADA EM 13.11.2011 - AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA - SANTUÁRIO DAS APARIÇÕES DE JACAREÍ - SP - BRASIL
VÍDEO DA APARIÇÃO:
JACAREÍ, 13 DE NOVEMBRO DE 2011
CAPELA DO SANTUÁRIO DAS APARIÇÕES DE JACAREÍ – SP – BRASIL
MENSAGEM DE NOSSA SÃO JOSÉ E SANTA CATARINA DE SENA
(NOSSA SENHORA APARECEU, MAS NÃO DEU MENSAGEM)
BENÇÃO SOLENE DAS MEDALHAS DO AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ
COMUNICADAS AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA
MENSAGEM DO AMANTÍSSIMO PAI SÃO JOSÉ
“Amados filhos do Meu Coração! Abençôo-vos hoje com toda a generosidade do Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO e também abençôo as MEDALHAS DO MEU CORAÇÃO, que vós hoje estais recebendo pela primeira vez, para que onde estas MEDALHAS chegarem e onde elas estiverem chegue também a graça viva da Santíssima Trindade, da Mãe de Deus e do Meu Amantíssimo Coração.
Amai a MEDALHA DO MEU CORAÇÃO, pois através Dela Eu encherei as vossas vidas de muitas graças do Senhor, iluminarei os vossos corações, as vossas almas e as vossas famílias e farei sempre mais com que o bem triunfe na vossa vida e na vida de todas aquelas almas a quem vós derdes a MEDALHA DO MEU CORAÇÃO.
Esta MEDALHA é um sinal para vós! A MEDALHA DO MEU CORAÇÃO é um sinal para vós indicando-vos que vós estais verdadeiramente nos Meus tempos. Os Meus tempos chegaram! Por isso, apareço tanto aqui com o SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS e o IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA, dando-vos as Minhas Mensagens, pedindo-vos a Minha HORA DE ORAÇÃO todos os domingos, revelando-vos a Minha Medalha. Este tempo não é somente o tempo da Santíssima Virgem, mas é também o Meu tempo. A Santíssima Trindade deu-Me neste tempo todo o poder para ajudar e salvar os Meus filhos, por isso Eu vos dei a MEDALHA DO MEU CORAÇÃO, para que através Dela eu pudesse socorrer-vos, ajudar-vos e aliviar-vos nos vossos sofrimentos poderosamente, pudesse proteger-vos de todas as tentações e insídias de Satanás para guiar-vos e levar-vos à salvação, ao Céu seguramente e para livrar-vos de todo o mal, de todo o perigo.
A MEDALHA DO MEU CORAÇÃO é um sinal para vós, um sinal de que já se aproxima a hora da derrota definitiva de Satanás, a queda completa do seu reino de trevas e de pecado e o maior triunfo do reino de Deus, do reino dos Nossos TRÊS SAGRADOS CORAÇÕES UNIDOS, quando Nós verdadeiramente reinaremos em todos os povos, nações e almas dando-vos sempre mais a verdadeira Paz!
Esta MEDALHA vem para apressar a HORA DO TRIUNFO DOS NOSSOS CORAÇÕES, vem para ser o sinal luminoso que vos indica que já é chegado o momento do maior triunfo dos Nossos Corações! Por isso, a vós Meus filhos, agora peço mais Orações do que nunca, a vós agora peço uma maior correspondência, um maior amor, uma obediência e docilidade ainda mais apurada à todas as Nossas Mensagens, à todas as Nossas ordens. Para que verdadeiramente, vós que sois o Nosso exército, possais ser levados à vitória completa, ao triunfo dos Nossos Corações e na vossa vida possa agora resplandecer como nunca todo o Nosso Amor, toda a Nossa Glória!
A MEDALHA DO MEU CORAÇÃO é um sinal para vós, um sinal do imenso amor que a Santíssima Trindade tem por cada um de vós, que a Mãe de Deus por cuja intercessão Eu obtive da Santíssima Trindade, a graça da Minha Medalha para vós, do amor que Ela tem por todos vós e é também um sinal do imenso amor que tenho por cada um de vós Meus filhos! Por que se Eu esperei dois mil anos para revelar a MEDALHA DO MEU CORAÇÃO, justamente aqui neste lugar, justamente neste tempo, na vossa geração, isto é para vós o grande sinal do quanto Eu amo, não apenas o Meu filhinho Marcos de modo avassalador, mas também o quanto Eu amo a cada um de vós Meus filhos, com um amor tão ardente que se fosse fogo natural dissolveria a Terra inteira, o Universo e todos os elementos criados.
Esta MEDALHA é o sinal do quanto Eu amo cada um dos Meus filhos, Cada um de vós, o quanto Eu vos tenho favorecido com graças tão grandes que mesmo que vós vivêsseis mil anos e mesmo que vós morrêsseis martirizados em Minha honra, vós não conseguiríeis Me agradecer o suficiente por tantos bens que Eu tenho vos dado nas Minhas APARIÇÕES EM JACAREÍ. Portanto, a vós a quem tanto dei, tanto mais amor peço e de vós espero. Espero de vós uma docilidade, uma obediência, uma perfeita conformidade da vossa vontade com a Minha, de modo que Eu possa realizar em vós e por meio de vós imensas e grandes conversões no mundo inteiro.
Por isso, louvai Comigo hoje o Senhor, que por meio de Mim vos deu tantas graças, tantas benção neste lugar, tantos tesouros inestimáveis que vós por vossos pecados não merecíeis é verdade, sois indignos de tudo isto, mas na vossa indignidade e onde superabundou o pecado, superabundou por outro lado a graça e aqui a graça triunfa sobre o pecado.
Por isso, Meus filhos, segui em frente pela estrada que Eu vos apontei, cumprindo tudo aquilo que Eu vos mandei. De modo, que por meio da Minha MEDALHA o Meu AMANTÍSSIMO E DOLOROSO CORAÇÃO possa enfim triunfar completamente em vós, nas nações e no mundo inteiro trazendo um novo tempo de Paz, que o Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO prepara a cada dia para cada um dos Meus filhos fiéis.
A todos, neste momento, abençôo generosamente.”
OBS.: SÃO JOSÉ DISSE AO VIDENTE MARCOS TADEU QUE CONCEDERÁ INDULGÊNCIA PLENÁRIA DAS CULPAS DOS PECADOS, A QUEM USAR A MEDALHA DELE COM FÉ, CONFIANÇA E RETO DESEJO DE CONVERSÃO. ESSA INDULGÊNCIA SERÁ CONCEDIDA EM TRÊS DATAS EM CADA ANO: DIA 10 DE FEVEREIRO (DIA DE SEU NASCIMENTO CONFORME SUA REVELAÇÃO NAS APARIÇÕES DE JACAREÍ), NO DIA 19 DE MARÇO - DIA DE SUA MORTE E NO DIA 7 DE MAIO - DIA DA REVELAÇÃO DA SUA SANTA MEDALHA NAS APARIÇÕES DE JACAREÍ)
SALVE SÃO JOSÉ!!!
OBS.: SÃO JOSÉ DISSE AO VIDENTE MARCOS TADEU QUE CONCEDERÁ INDULGÊNCIA PLENÁRIA DAS CULPAS DOS PECADOS, A QUEM USAR A MEDALHA DELE COM FÉ, CONFIANÇA E RETO DESEJO DE CONVERSÃO. ESSA INDULGÊNCIA SERÁ CONCEDIDA EM TRÊS DATAS EM CADA ANO: DIA 10 DE FEVEREIRO (DIA DE SEU NASCIMENTO CONFORME SUA REVELAÇÃO NAS APARIÇÕES DE JACAREÍ), NO DIA 19 DE MARÇO - DIA DE SUA MORTE E NO DIA 7 DE MAIO - DIA DA REVELAÇÃO DA SUA SANTA MEDALHA NAS APARIÇÕES DE JACAREÍ)
SALVE SÃO JOSÉ!!!
MENSAGEM DE SANTA CATARINA DE SENA
“-Amados irmãos Meus! Eu CATARINA serva do Senhor, serva da Mãe de Deus venho mais uma vez abençoar-vos com todo Meu amor e todo Meu coração.
Vós Me conheceis por CATARINA DE SENA e Eu sou aquela que vem hoje dizer a cada um de vós:
DAI OS VOSSOS CORAÇÕES AO AMOR, PARA QUE O AMOR DÊ O SEU CORAÇÃO A VÓS.
Dai o vosso coração ao Amor que é o próprio Jesus, que é o Senhor Deus, para que Ele possa dar o Seu coração divino para vós, cumulando-vos sempre mais de graças, de bênçãos de forma que a vossa vida se transforme num grande e místico roseiral de amor, onde florescem as rosas de todas as virtudes, de todos os bons frutos de santidade. Para que assim o amor se alegre em vós, se alegre convosco, se rejubile e se congratule com a vossa alma.
Dai os vossos corações ao Amor, a Jesus, fazendo da vossa vida um perfeito hino de amor a Ele, vivendo todos os dias como Jesus viveu, amando como Ele amou e, sobretudo, cumprindo a vontade do Eterno Pai como Nosso Senhor cumpriu. Para que assim a vossa vida esteja cada vez mais escondida em Cristo e conformada a Cristo, seja uma cópia da Dele e então a verdade, o amor de Deus possa triunfar neste mundo de trevas e de pecado e o bem suplante o mal e assim a Santíssima Trindade tenha o Seu maior Triunfo.
Daí os vossos corações ao amor, a Jesus, fazendo da vossa vida um hino vibrante de amor, escondendo a vossa vida em Cristo, ou seja, renunciando cada vez mais ao mundo, às suas modas, aos seus ditames e às suas pompas e conformando sempre mais a vossa vida ao modo de proceder de Cristo e de Sua Mãe Santíssima. De modo que a vossa conversação esteja no Céu com os Santos e não com as criaturas, que o vosso coração esteja no Céu com o Senhor e não com as coisas deste mundo que são passageiras, e que o vosso amor seja todo de Cristo e não deste mundo que passa e do demônio que por trás das coisas deste mundo, das ilusões passageiras, dos prazeres deste mundo deseja vos enganar, deseja vos levar à perdição, a perderdes o amor de Jesus, o amor de Deus, a salvação.
Daí os vossos corações ao Amor, a Jesus, vivendo uma vida de profunda oração, de autêntica prática de todas as virtudes, do cumprimento da vontade de Deus a vosso respeito, cada um na vocação a qual o Senhor o chamou para que assim a vossa vida possa se transformar num testemunho luminoso da presença de Deus, do Seu amor, da Sua Graça, da Sua Lei, da verdade no meio deste mundo que nega a verdade do Senhor para substituí-la pelas trevas da mentira, do pecado e do mal. Assim, verdadeiramente as vossas vidas serão como a minha vida foi, um hino de amor eterno, perene que nunca cessa de proclamar as glórias e as maravilhas do Senhor.
Segui pelo caminho da oração, segui pelo caminho da penitência, segui pelo caminho das Mensagens que a Mãe de Deus vos deu aqui, pois este caminho é certo e seguro e vos conduzirá até o Céu, Eu Catarina estarei ao vosso lado todos os dias para vos ajudar, para vos amparar, para vos cobrir com o Meu Manto de modo a impedir que Satanás vos fira, que Satanás vos vença e para levar-vos em segurança pelo caminho da santidade que a Mãe de Deus abriu para vós aqui e ao qual vos chamou.
Eu CATARINA DE SENA, prometo a Minha especial proteção também a todos os que usarem a SANTA MEDALHA DA PAZ, a MEDALHA DA SENHORA DAS LÁGRIMAS e a MEDALHA DO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, com todas as outrasMEDALHAS que a Mãe de Deus vos deu em Suas APARIÇÕES. Essas Medalhas atraem os Santos do Céu para a alma que as usa, faz-nos derramar sobre a alma que as usa, grandes e copiosas bênçãos de Deus todos os dias. A alma que usa estas Medalhas pode estar certa da Nossa eterna companhia, presença e ajuda em todos os momentos da sua vida, quem usa esta Medalha tem para conosco os Santos, uma ligação toda especial e a esta alma nada negaremos do que nos pedir em Suas orações desde que não seja contrário à vontade de Deus. Às almas que usam as Medalhas da Mãe de Deus, que rezam o Rosário e as Orações que aqui Ela vos deu, que obedecem fielmente Suas Mensagens, Nós os Santos damos a Nossa proteção constante em todos os momentos da vida. E estas almas são nossas irmãs, nós as guardamos, nós as acompanhamos e nunca as deixamos sozinhas. Por isso Meus amados irmãos, usai com toda confiança estas MEDALHAS que a Mãe de Deus vos deu, os ESCAPULÁRIOS, e segui fiéis no caminho das MENSAGENS que Ela aqui vos deu e ao qual vos convidou até chegardes à plenitude da santidade no Céu.
A todos neste momento, Eu também abençôo com generosidade e amor.”
***
MARCOS TADEU: (trechos do Comentário) São José veio com a surpresa de vir com Nossa Senhora e com Santa Catarina de Sena. Hoje Nossa Senhora não deu Mensagem, perguntei a Ela se daria a Mensagem Ela disse que não, que o único pedido que Ela tinha para nos fazer é o seguinte, que a CRUZADA DO ROSÁRIO, que é só nos domingos seja estendida por todos os dias da semana.
O que não quer dizer que você vai ter que rezar todos os dias da semana no mesmo horário pode rezar um dia na semana, o Rosário Meditado na intenção da Cruzada do Rosário no horário escolhido por você, então quem quiser fazer no domingo pode e quem quiser fazer mais de um dia na semana poderá também.
Informe seu nome, cidade e horário para inserirmos na lista.
Intenção da Cruzada do Rosário: Pelo Triunfo do Imaculado Coração de Nossa Senhora no Brasil e na América Latina.
(JESUS PEREGRINO APARECE PARA SANTA CATARINA DE SENA) |
Virgem e Mística
(25/03/1347 - 29/04/1380)
SUA VIDA
I- Nascimento e primeiros anos
Catarina Benincasa nasceu na aldeia de Fontebranda (Sena-Itália), a 25 de Março de 1347. Era filha de Giácomo Benincasa e de Mona Lapa. Este casal teve 25 filhos, sendo a nossa Santa o 23 ou 24 (nasceram duas gémeas). Entre todos os seus irmãos, Catarina, foi a única dos filhos que sua mãe pôde amamentar com o leite materno. Seu pai, que exercia a procissão de tintureiro, embora não fosse rico, gozava dum modesto rendimento, era muito trabalhador e dedicado à família.
Filha duma família cristã, principiou, desde tenra idade, a sentir grande tendência para a vida de piedade. Aos 5 anos, subia as escadas de joelhos, rezando a cada degrau, uma Ave-maria. Aos 6 anos, o Senhor quis mimoseá-Ia com a sua primeira manifestação sensível: Cristo aparece-lhe sentado num trono, revestido com resplandecentes ornamentos pontificais, tendo a cabeça cingida com uma tiara papal, abençoando-a com a mão direita. Aos 7 anos, fez voto de virgindade, e aos 12, segundo o costume do país e da época, apesar de ser muito criança, seus pais pensaram em casá-la, mas recusou energicamente o matrimónio. No entanto, levada pelos falsos conselhos duma irmã, começou por se deixar mundanizar.
Este período parece ter sido curto. Tratava-se apenas de imperfeições de criança; chorou-o arrependida, durante vários anos. Depois, intensificando as suas penitências, fixou-se numa espécie de vida religiosa, fazendo, mais tarde, os três votos religiosos, que viveu intensamente, apesar de sempre ter vivido no mundo. Durante muitio tempo não tomou outro alimento, excepto pão e ervas cruas.
II- É recebida na Ordem Terceira ou Laicado de S. Domingos
Enquanto pensava na vida religiosa das grandes Ordens, S. Domingos apareceu-lhe e prometeu-lhe, que, mais tarde ia ser recebida na sua grande família espiritual. Na cidade de Sena havia um numeroso grupo de Terceiras dominicanas, as quais, embora usassem o hábito da Ordem, (chamavam-se Mantellate), viviam em suas próprias casas. Aos 16 anos, depois de muitas instâncias, Catarina foi recebida na Ordem Terceira de S. Domingos, indo-se juntar ao grupo das Mantellate.
As aspirações da nossa Santa foram assim realizadas em plena conformidade com o género de vida que já se havia proposto. Doravante, passou a encerrar-se num pequeno quarto, que lhe fora designado, vivendo aí como eremita, unicamente ocupada das coisas de Deus, saindo apenas à igreja e ainda para orar. Empregava a noite e o dia em colóquios divinos para orar o mais tempo possível. Chegou a dormir apenas meia hora em cada noite.
Catarina era estimulada, no meio deste ambiente, por graças sobrenaturais, sendo visitada pelo próprio Cristo, e também pelos conselhos e exortações dos dominicanos.
III- Sua vida apostólica
Aos 20 anos, o Senhor ordenou-lhe se dedicasse ao apostolado e daí em diante levasse uma vida mais activa, sem afrouxar a sua intensa vida de oração. Desde então multiplica as suas obras de caridade. Socorre os pobres, cuida dos doentes, manifestando, sobretudo, uma acrisolada abnegação durante o tempo em que a peste invadiu a Itália. Exorta os ímpios à emenda de vida, extingue vinganças e ódios, etc., etc.
Depois de ter obtido a perfeição na fé, pede ao Senhor a perfeição na caridade. Desde então, quantos dela se aproximavam, sem excepção de ninguém, notavam que os acontecimentos exteriores, contradições e sofrimentos, de maneira alguma perturbavam a sua alma. Amava a todos, com um coração verdadeiramente maternal.
IV- Seu entranhável amor à Igreja
Uma das principais características que manifestou em sua vida foi o seu amor e fidelidade à Igreja. Naquele tempo, em que a terrível peste corporal assolava por toda a parte e uma outra peste espiritual, não menos deplorável, provocavam uma enorme decadência no seio da Igreja, Catarina sentiu-se impelida a usar de entranhas maternais para com todos e especialmente para com os doentes fisicamente e também a servir-se da sua intervenção diplomática e política a favor do maior bem da Igreja e da paz entre os Estados. Esta grande actividade foi desenvolvida por Santa Catarina, sob a influência do seu confessor, Beato Raimundo de Cápua, O. P., a partir de 1375 ou 1376. O Papa Gregório XI, à semelhança dos seus predecessores, desde 1309, passara a residir, desterrado, na cidade francesa de Avinhão. As questões da Igreja interessavam intensamente a Catarina. Chegou mesmo a pedir uma cruzada ao Papa Gregório XI, que a decretou (1373), e cuja promulgação, em Itália, foi confiada ao Beato Raimundo. Infelizmente, a guerra entre a República de Florença e a Santa Sé, tornaram esta cruzada pacífica impossível. Este Papa tinha tal confiança na nossa Santa, que a fazia muitas vezes falar em pleno consistório dos cardeais.
Foi a Avinhão, junto de Gregório XI, acompanhada de 22 de seus discípulos (homens e mulheres), convencer o velho Papa a voltar para Roma. As suas súplicas e rogos foram ouvidos: Gregório XI abandonou Avinhão dirigindo-se para Roma, a 13 de Setembro de 1377. E isto, apesar das suas repugnâncias pessoais, da agitação política na Itália e da sua avançada idade. Todos estes pretextos foram vencidos, graças às instâncias de Catarina. Desde que regressou a Roma, a sua acção requerida pelo mesmo Papa, como mensageira da paz e do bem da Igreja, continuou a manifestar-se.
Morto este Papa em 19 de Março de 1378, sucede-lhe Urbano VI. Santa Catarina, que já o conhecia, quando era arcebispo de Arenza, principia a contactar com ele que, apesar do seu áspero temperamento e embora se tratasse duma mulher com fama de santidade, solicita a sua ajuda para bem da Igreja.
A 20 de Setembro de 1378, principiava o grande Cisma do Ocidente que ela profetizara. O anti-papa Clemente VII instalava-se em Avinhão. Estes tristes acontecimentos, cujas consequências para a Igreja e para o mundo foram graves, faziam-na sofrer imenso. Trabalhou quanto pôde para evitar o Cisma, mantendo-se sempre fiel ao legítimo Vigário; de Cristo. Doravante Catarina transpôs contra Clemente VII toda a sua mística cruzada, mas nada conseguiu.
V- Seus fenómenos místicos extraordinários
Os fenómenos místicos tornaram-se cada vez mais maravilhosos na vida da Santa senense: visões, êxtases, comunhão milagrosa, etc.
O seu jejum de 55 dias contínuos, na Quaresma de 1371, durou desde o Domingo da Paixão até à festa da Ascensão. Neste período de tempo, foi-lhe impossível tomar qualquer género de alimento, excepto a Sagrada Eucaristia, mantendo-se sempre alegre e com perfeita saúde. Aprendeu milagrosamente a ler.
Um dia, suplicando ao Senhor para lhe tirar o seu coração, Cristo apareceu-lhe e Catarina sente que Ele lho havia tirado e lho leva; dois dias depois, o Senhor volta, trazendo-lhe um coração vermelho e brilhante.
Aproximando-se dela e abrindo-lhe o peito, diz-lhe: «Minha filha, há dias, tirei-te o teu coração; agora dou-te o Meu, que doravante te vai servir em vez do teu». Ela, que antes costumava dizer: «Senhor, dou-vos o meu coração», desde então passou a dizer: «Meu Deus, dou-vos o Vosso coração».
Em princípios de 1375, quando pregava uma mística cruzada na cidade de Pisa, intensificava-se no seu íntimo uma profunda devoção à Paixão do Senhor e uma viva aspiração pelo martírio. No 4º Domingo; da Quaresma desse ano, dia 1 de Abril, após o seu confessor ter celebrado missa na Igreja de Santa Cristina daquela cidade, e ter-lhe dado a comunhão, a nossa Santa, como de costume, ficou em profundo êxtase. Voltando a si, chamou o Beato Raimundo, e diz-lhe em voz baixa: «Sabei, Padre que pela misericórdia do Senhor Jesus, possuo em meu corpo as suas chagas».
De facto, havia recebido os estigmas dolorosos da Paixão, mas, segundo a sua narração e a seu pedido, ao ser atingida por cinco raios de sangue, que saíam das chagas do Crucificado, suplicou-lhe que não ficassem visíveis em seu corpo, pois bastava que as trouxesse invisivelmente impressas em sua carne. Então os cinco raios de sangue mudaram-se subitamente em cinco raios brilhantes, atingindo-lhe as mãos, os pés, e o lado. Confessou que sentia uma dor intensíssima, permanecendo vários dias como agonizante. Já anteriormente havia recebido uma chaga (também invisível) na mão direita.
Cristo tinha prometido desposá-la na fé. Este matrimónio místico realizou-se na terça-feira de Carnaval, 2 de Março de 1376. O Senhor dirigiu-lhe estas palavras: «Já que por Meu amor renunciaste a todos os prazeres do mundo e só em Mim te queres regozijar, resolvi desposar-te na fé e celebrar solenemente contigo as minhas bodas...».
E colocou um anel de ouro no dedo da sua esposa.
MESTRA DE VIDA ESPIRITUAL
Na família dos Benincasa não houve tempo para aprender a ler. Mas Nosso Senhor, que a levava por caminhos extraordinários, ensinou-a, como já ficou dito, a ler e a escrever. Isto teve lugar durante o curto espaço de um êxtase. Afirmou-o uma testemunha do processo de Canonização, a qual diz que Catarina, ao sair do êxtase, redigiu algumas linhas dirigidas a D. Estêvão de Sena: «Saibas, meu querido filho, que esta carta é a primeira que escrevo em toda a minha vida».
O Senhor ia-a dotando de graças extraordinárias que iriam permitir cumprisse perfeitamente a sua missão para bem da Igreja «Corpo Místico de Cristo» cujos sofrimentos a dilaceravam. Para Catarina «a Igreja era o próprio Cristo», a Igreja não tinha a Paz interna e externa.
Assim lho dissera Jesus: «Minha filha bem-amada, dei-te uma vida nova. A minha graça transbordando, para o teu corpo, comunicar-lhe-á um modo de existência extraordinário e obrarás prodígios maravilhosos... A tua linguagem será outra, o teu espírito esclarecido. Viajarás; viverás entre a multidão; alguns enviar-tos-ei a ti outros enviar-te-ei a eles. Levarás o meu nome aos nobres e aos clérigos e aos Pontífices. Governarás o povo cristão a fim de que a tua fraqueza confunda os orgulhosos. Por ti salvarei muitas almas. Não temas nada, eu estou contigo».
Em parte já o vimos quando falámos da paz que estabeleceu entre cidades em guerra, da influência que exerceu para que o Papa deixasse Avinhão e viesse para Roma, sede da Cristandade. «Voltai-vos todos para Roma... É Cristo que o quer! Assim virá a verdadeira paz...».
Santa Catarina pouco escreveu pelo seu próprio punho; não lhe era possível pela maneira extraordinária de escrever.
1) - Cartas
Com efeito ditava as suas numerosas e variadas cartas, simultaneamente a dois ou três secretários. Ditava sem interrupção e sobre assuntos diferentes e a pessoas também diferentes: ao Papa, a Cardeais, a eclesiásticos e a leigos de ambos os sexos. Totalizam mais de 400 (5 volumes), sem investigar e sem que frase alguma seja inútil. Terminava-as com esta fórmula: «Permanecei na santa e doce dilecção de Deus. Doce Jesus, Jesus amor». Através delas foi uma insigne directora de almas a quem os seus dirigidos chamavam a «santa» a «dolcíssima Mamma».
2) - Orações
São em número de 26. Foram pronunciadas por Santa Catarina e escritas pelos seus discípulos. Datam dos últimos anos da sua vida, e, repletas de unção e fervor, revelam a profunda intimidade que alimentava com Deus, Jesus e a Virgem Maria.
3) - O Diálogo
Porém, a obra mais extraordinária é o Diálogo, inteiramente ditado em êxtase e contém o que o eterno Pai se dignou camunicar-lhe nesses momentos.
Foi composto no espaço de 5 dias e calcula-se que tenha levado uma média de 5 horas de ditado cada dia. Começou-o num sábado, 9 de Outubro de 1378, e provavelmente estava terminado no dia 13 desse mês.
Santa Catarina não deu, em rigor; um título à sua obra. Os contemporâneos chamaram-lhe: Tratado da Divina Providência ou Livro da Misericórdia e deram-lhe o subtítulo de: Livro da Doutrina Divina.
O assunto são quatro pedidos que ela dirige a Deus Pai:
1) - Para si: Adquirir o conhecimento da verdade;
2) - Para o mundo: Que Deus fizesse misericórdia ao mundo;
3) - Para a Santa Igreja: a) - Que Deus viesse em auxílio da Igreja; b) - Que a sua Providência se estenda a todas as coisas;
Com o andar dos tempos o Diálogo teve numerosíssimas edições e traduções, mesmo em português, assim como as Orações e as Cartas, pelo menos em parte.
A sua doutrina não foi adquirida, mas infusa; ela foi mais mestra do que discípula.
SANTA MORTE
Morreu em Roma, em 1380, a 29 de Abril, estando presentes a sua mãe, e muitos dos seus discípulos, homens e mulheres. Foi sepultada na Igreja de Santa Maria da Minerva. O Papa Pio II, a 29 de Junho de 1461, elevou-a às honras dos altares e Paulo VI, a 4 de Outubro de 1970, proclamou-a «Doutora da Igreja», que iluminou e ilumina com sua vida santa e sua doutrina toda do céu. No ano 2000 o Papa João Paulo II proclamou Santa Catarina de Sena co-padroeira da Europa juntamente com Santa Teresa Benedita da Cruz e Santa Brígida da Suécia.
«Jamais homem algum falou assim; - diziam os Cardeais – não é uma mulher que fala; é o Espírito Santo que fala pela sua boca».
No cumprimento da missão que Deus lhe confiara, - disse o P. Monléon, O. P. - manifestou-se «como redentora do Pontificado e defensora da Igreja; pacificadora de povos, e unificadora de antagonismos; promotora de cruzadas e condutora de multidões; directora de almas e mestra de santidade; restauradora da moral pública, da justiça social e da piedade familiar; doutora do estudo teológico, da vida mística, do gosto literário e do renascimento das artes...».
I- Nascimento e primeiros anos
Catarina Benincasa nasceu na aldeia de Fontebranda (Sena-Itália), a 25 de Março de 1347. Era filha de Giácomo Benincasa e de Mona Lapa. Este casal teve 25 filhos, sendo a nossa Santa o 23 ou 24 (nasceram duas gémeas). Entre todos os seus irmãos, Catarina, foi a única dos filhos que sua mãe pôde amamentar com o leite materno. Seu pai, que exercia a procissão de tintureiro, embora não fosse rico, gozava dum modesto rendimento, era muito trabalhador e dedicado à família.
Filha duma família cristã, principiou, desde tenra idade, a sentir grande tendência para a vida de piedade. Aos 5 anos, subia as escadas de joelhos, rezando a cada degrau, uma Ave-maria. Aos 6 anos, o Senhor quis mimoseá-Ia com a sua primeira manifestação sensível: Cristo aparece-lhe sentado num trono, revestido com resplandecentes ornamentos pontificais, tendo a cabeça cingida com uma tiara papal, abençoando-a com a mão direita. Aos 7 anos, fez voto de virgindade, e aos 12, segundo o costume do país e da época, apesar de ser muito criança, seus pais pensaram em casá-la, mas recusou energicamente o matrimónio. No entanto, levada pelos falsos conselhos duma irmã, começou por se deixar mundanizar.
Este período parece ter sido curto. Tratava-se apenas de imperfeições de criança; chorou-o arrependida, durante vários anos. Depois, intensificando as suas penitências, fixou-se numa espécie de vida religiosa, fazendo, mais tarde, os três votos religiosos, que viveu intensamente, apesar de sempre ter vivido no mundo. Durante muitio tempo não tomou outro alimento, excepto pão e ervas cruas.
II- É recebida na Ordem Terceira ou Laicado de S. Domingos
Enquanto pensava na vida religiosa das grandes Ordens, S. Domingos apareceu-lhe e prometeu-lhe, que, mais tarde ia ser recebida na sua grande família espiritual. Na cidade de Sena havia um numeroso grupo de Terceiras dominicanas, as quais, embora usassem o hábito da Ordem, (chamavam-se Mantellate), viviam em suas próprias casas. Aos 16 anos, depois de muitas instâncias, Catarina foi recebida na Ordem Terceira de S. Domingos, indo-se juntar ao grupo das Mantellate.
As aspirações da nossa Santa foram assim realizadas em plena conformidade com o género de vida que já se havia proposto. Doravante, passou a encerrar-se num pequeno quarto, que lhe fora designado, vivendo aí como eremita, unicamente ocupada das coisas de Deus, saindo apenas à igreja e ainda para orar. Empregava a noite e o dia em colóquios divinos para orar o mais tempo possível. Chegou a dormir apenas meia hora em cada noite.
Catarina era estimulada, no meio deste ambiente, por graças sobrenaturais, sendo visitada pelo próprio Cristo, e também pelos conselhos e exortações dos dominicanos.
III- Sua vida apostólica
Aos 20 anos, o Senhor ordenou-lhe se dedicasse ao apostolado e daí em diante levasse uma vida mais activa, sem afrouxar a sua intensa vida de oração. Desde então multiplica as suas obras de caridade. Socorre os pobres, cuida dos doentes, manifestando, sobretudo, uma acrisolada abnegação durante o tempo em que a peste invadiu a Itália. Exorta os ímpios à emenda de vida, extingue vinganças e ódios, etc., etc.
Depois de ter obtido a perfeição na fé, pede ao Senhor a perfeição na caridade. Desde então, quantos dela se aproximavam, sem excepção de ninguém, notavam que os acontecimentos exteriores, contradições e sofrimentos, de maneira alguma perturbavam a sua alma. Amava a todos, com um coração verdadeiramente maternal.
IV- Seu entranhável amor à Igreja
Uma das principais características que manifestou em sua vida foi o seu amor e fidelidade à Igreja. Naquele tempo, em que a terrível peste corporal assolava por toda a parte e uma outra peste espiritual, não menos deplorável, provocavam uma enorme decadência no seio da Igreja, Catarina sentiu-se impelida a usar de entranhas maternais para com todos e especialmente para com os doentes fisicamente e também a servir-se da sua intervenção diplomática e política a favor do maior bem da Igreja e da paz entre os Estados. Esta grande actividade foi desenvolvida por Santa Catarina, sob a influência do seu confessor, Beato Raimundo de Cápua, O. P., a partir de 1375 ou 1376. O Papa Gregório XI, à semelhança dos seus predecessores, desde 1309, passara a residir, desterrado, na cidade francesa de Avinhão. As questões da Igreja interessavam intensamente a Catarina. Chegou mesmo a pedir uma cruzada ao Papa Gregório XI, que a decretou (1373), e cuja promulgação, em Itália, foi confiada ao Beato Raimundo. Infelizmente, a guerra entre a República de Florença e a Santa Sé, tornaram esta cruzada pacífica impossível. Este Papa tinha tal confiança na nossa Santa, que a fazia muitas vezes falar em pleno consistório dos cardeais.
Foi a Avinhão, junto de Gregório XI, acompanhada de 22 de seus discípulos (homens e mulheres), convencer o velho Papa a voltar para Roma. As suas súplicas e rogos foram ouvidos: Gregório XI abandonou Avinhão dirigindo-se para Roma, a 13 de Setembro de 1377. E isto, apesar das suas repugnâncias pessoais, da agitação política na Itália e da sua avançada idade. Todos estes pretextos foram vencidos, graças às instâncias de Catarina. Desde que regressou a Roma, a sua acção requerida pelo mesmo Papa, como mensageira da paz e do bem da Igreja, continuou a manifestar-se.
Morto este Papa em 19 de Março de 1378, sucede-lhe Urbano VI. Santa Catarina, que já o conhecia, quando era arcebispo de Arenza, principia a contactar com ele que, apesar do seu áspero temperamento e embora se tratasse duma mulher com fama de santidade, solicita a sua ajuda para bem da Igreja.
A 20 de Setembro de 1378, principiava o grande Cisma do Ocidente que ela profetizara. O anti-papa Clemente VII instalava-se em Avinhão. Estes tristes acontecimentos, cujas consequências para a Igreja e para o mundo foram graves, faziam-na sofrer imenso. Trabalhou quanto pôde para evitar o Cisma, mantendo-se sempre fiel ao legítimo Vigário; de Cristo. Doravante Catarina transpôs contra Clemente VII toda a sua mística cruzada, mas nada conseguiu.
V- Seus fenómenos místicos extraordinários
Os fenómenos místicos tornaram-se cada vez mais maravilhosos na vida da Santa senense: visões, êxtases, comunhão milagrosa, etc.
O seu jejum de 55 dias contínuos, na Quaresma de 1371, durou desde o Domingo da Paixão até à festa da Ascensão. Neste período de tempo, foi-lhe impossível tomar qualquer género de alimento, excepto a Sagrada Eucaristia, mantendo-se sempre alegre e com perfeita saúde. Aprendeu milagrosamente a ler.
Um dia, suplicando ao Senhor para lhe tirar o seu coração, Cristo apareceu-lhe e Catarina sente que Ele lho havia tirado e lho leva; dois dias depois, o Senhor volta, trazendo-lhe um coração vermelho e brilhante.
Aproximando-se dela e abrindo-lhe o peito, diz-lhe: «Minha filha, há dias, tirei-te o teu coração; agora dou-te o Meu, que doravante te vai servir em vez do teu». Ela, que antes costumava dizer: «Senhor, dou-vos o meu coração», desde então passou a dizer: «Meu Deus, dou-vos o Vosso coração».
Em princípios de 1375, quando pregava uma mística cruzada na cidade de Pisa, intensificava-se no seu íntimo uma profunda devoção à Paixão do Senhor e uma viva aspiração pelo martírio. No 4º Domingo; da Quaresma desse ano, dia 1 de Abril, após o seu confessor ter celebrado missa na Igreja de Santa Cristina daquela cidade, e ter-lhe dado a comunhão, a nossa Santa, como de costume, ficou em profundo êxtase. Voltando a si, chamou o Beato Raimundo, e diz-lhe em voz baixa: «Sabei, Padre que pela misericórdia do Senhor Jesus, possuo em meu corpo as suas chagas».
De facto, havia recebido os estigmas dolorosos da Paixão, mas, segundo a sua narração e a seu pedido, ao ser atingida por cinco raios de sangue, que saíam das chagas do Crucificado, suplicou-lhe que não ficassem visíveis em seu corpo, pois bastava que as trouxesse invisivelmente impressas em sua carne. Então os cinco raios de sangue mudaram-se subitamente em cinco raios brilhantes, atingindo-lhe as mãos, os pés, e o lado. Confessou que sentia uma dor intensíssima, permanecendo vários dias como agonizante. Já anteriormente havia recebido uma chaga (também invisível) na mão direita.
Cristo tinha prometido desposá-la na fé. Este matrimónio místico realizou-se na terça-feira de Carnaval, 2 de Março de 1376. O Senhor dirigiu-lhe estas palavras: «Já que por Meu amor renunciaste a todos os prazeres do mundo e só em Mim te queres regozijar, resolvi desposar-te na fé e celebrar solenemente contigo as minhas bodas...».
E colocou um anel de ouro no dedo da sua esposa.
MESTRA DE VIDA ESPIRITUAL
Na família dos Benincasa não houve tempo para aprender a ler. Mas Nosso Senhor, que a levava por caminhos extraordinários, ensinou-a, como já ficou dito, a ler e a escrever. Isto teve lugar durante o curto espaço de um êxtase. Afirmou-o uma testemunha do processo de Canonização, a qual diz que Catarina, ao sair do êxtase, redigiu algumas linhas dirigidas a D. Estêvão de Sena: «Saibas, meu querido filho, que esta carta é a primeira que escrevo em toda a minha vida».
O Senhor ia-a dotando de graças extraordinárias que iriam permitir cumprisse perfeitamente a sua missão para bem da Igreja «Corpo Místico de Cristo» cujos sofrimentos a dilaceravam. Para Catarina «a Igreja era o próprio Cristo», a Igreja não tinha a Paz interna e externa.
Assim lho dissera Jesus: «Minha filha bem-amada, dei-te uma vida nova. A minha graça transbordando, para o teu corpo, comunicar-lhe-á um modo de existência extraordinário e obrarás prodígios maravilhosos... A tua linguagem será outra, o teu espírito esclarecido. Viajarás; viverás entre a multidão; alguns enviar-tos-ei a ti outros enviar-te-ei a eles. Levarás o meu nome aos nobres e aos clérigos e aos Pontífices. Governarás o povo cristão a fim de que a tua fraqueza confunda os orgulhosos. Por ti salvarei muitas almas. Não temas nada, eu estou contigo».
Em parte já o vimos quando falámos da paz que estabeleceu entre cidades em guerra, da influência que exerceu para que o Papa deixasse Avinhão e viesse para Roma, sede da Cristandade. «Voltai-vos todos para Roma... É Cristo que o quer! Assim virá a verdadeira paz...».
Santa Catarina pouco escreveu pelo seu próprio punho; não lhe era possível pela maneira extraordinária de escrever.
1) - Cartas
Com efeito ditava as suas numerosas e variadas cartas, simultaneamente a dois ou três secretários. Ditava sem interrupção e sobre assuntos diferentes e a pessoas também diferentes: ao Papa, a Cardeais, a eclesiásticos e a leigos de ambos os sexos. Totalizam mais de 400 (5 volumes), sem investigar e sem que frase alguma seja inútil. Terminava-as com esta fórmula: «Permanecei na santa e doce dilecção de Deus. Doce Jesus, Jesus amor». Através delas foi uma insigne directora de almas a quem os seus dirigidos chamavam a «santa» a «dolcíssima Mamma».
2) - Orações
São em número de 26. Foram pronunciadas por Santa Catarina e escritas pelos seus discípulos. Datam dos últimos anos da sua vida, e, repletas de unção e fervor, revelam a profunda intimidade que alimentava com Deus, Jesus e a Virgem Maria.
3) - O Diálogo
Porém, a obra mais extraordinária é o Diálogo, inteiramente ditado em êxtase e contém o que o eterno Pai se dignou camunicar-lhe nesses momentos.
Foi composto no espaço de 5 dias e calcula-se que tenha levado uma média de 5 horas de ditado cada dia. Começou-o num sábado, 9 de Outubro de 1378, e provavelmente estava terminado no dia 13 desse mês.
Santa Catarina não deu, em rigor; um título à sua obra. Os contemporâneos chamaram-lhe: Tratado da Divina Providência ou Livro da Misericórdia e deram-lhe o subtítulo de: Livro da Doutrina Divina.
O assunto são quatro pedidos que ela dirige a Deus Pai:
1) - Para si: Adquirir o conhecimento da verdade;
2) - Para o mundo: Que Deus fizesse misericórdia ao mundo;
3) - Para a Santa Igreja: a) - Que Deus viesse em auxílio da Igreja; b) - Que a sua Providência se estenda a todas as coisas;
Com o andar dos tempos o Diálogo teve numerosíssimas edições e traduções, mesmo em português, assim como as Orações e as Cartas, pelo menos em parte.
A sua doutrina não foi adquirida, mas infusa; ela foi mais mestra do que discípula.
SANTA MORTE
Morreu em Roma, em 1380, a 29 de Abril, estando presentes a sua mãe, e muitos dos seus discípulos, homens e mulheres. Foi sepultada na Igreja de Santa Maria da Minerva. O Papa Pio II, a 29 de Junho de 1461, elevou-a às honras dos altares e Paulo VI, a 4 de Outubro de 1970, proclamou-a «Doutora da Igreja», que iluminou e ilumina com sua vida santa e sua doutrina toda do céu. No ano 2000 o Papa João Paulo II proclamou Santa Catarina de Sena co-padroeira da Europa juntamente com Santa Teresa Benedita da Cruz e Santa Brígida da Suécia.
«Jamais homem algum falou assim; - diziam os Cardeais – não é uma mulher que fala; é o Espírito Santo que fala pela sua boca».
No cumprimento da missão que Deus lhe confiara, - disse o P. Monléon, O. P. - manifestou-se «como redentora do Pontificado e defensora da Igreja; pacificadora de povos, e unificadora de antagonismos; promotora de cruzadas e condutora de multidões; directora de almas e mestra de santidade; restauradora da moral pública, da justiça social e da piedade familiar; doutora do estudo teológico, da vida mística, do gosto literário e do renascimento das artes...».
1) - Nascimento e primeiros anos
Catarina Benincasa nasceu na aldeia de Fontebranda (Sena-Itália), a 25 de Março de 1347. Era filha de Giácomo Benincasa e de Mona Lapa. Este casal teve 25 filhos, sendo a nossa Santa o 23 ou 24 (nasceram duas gémeas).
Entre todos os seus irmãos, Catarina, foi a única dos filhos que sua mãe pôde amamentar com o leite materno. Seu pai, que exercia a procissão de tintureiro, embora não fosse rico, gozava dum modesto rendimento, era muito trabalhador e dedicado à família.
Filha duma família cristã, principiou, desde tenra idade, a sentir grande tendência para a vida de piedade.
Aos 5 anos, subia as escadas de joelhos, rezando a cada degrau, uma Ave-maria.
Aos 6 anos, o Senhor quis mimoseá-Ia com a sua primeira manifestação sensível: Cristo aparece-lhe sentado num trono, revestido com resplandecentes ornamentos pontificais, tendo a cabeça cingida com uma tiara papal, abençoando-a com a mão direita.
Aos 7 anos, fez voto de virgindade, e aos 12, segundo o costume do país e da época, apesar de ser muito criança, seus pais pensaram em casá-la, mas recusou energicamente o matrimónio. No entanto, levada pelos falsos conselhos duma irmã, começou por se deixar mundanizar.
Este período parece ter sido curto. Tratava-se apenas de imperfeições de criança; chorou-o arrependida, durante vários anos.
Depois, intensificando as suas penitências, fixou-se numa espécie de vida religiosa, fazendo, mais tarde, os três votos religiosos, que viveu intensamente, apesar de sempre ter vivido no mundo. Durante muitio tempo não tomou outro alimento, excepto pão e ervas cruas.
2) - É recebida na Ordem Terceira ou Laicado de S. Domingos
Enquanto pensava na vida religiosa das grandes Ordens, S. Domingos apareceu-lhe e prometeu-lhe, que, mais tarde ia ser recebida na sua grande família espiritual.
Na cidade de Sena havia um numeroso grupo de Terceiras dominicanas, as quais, embora usassem o hábito da Ordem, (chamavam-se Mantellate), viviam em suas próprias casas. Aos 16 anos, depois de muitas instâncias, Catarina foi recebida na Ordem Terceira de S. Domingos, indo-se juntar ao grupo das Mantellate.
As aspirações da nossa Santa foram assim realizadas em plena conformidade com o género de vida que já se havia proposto. Doravante, passou a encerrar-se num pequeno quarto, que lhe fora designado, vivendo aí como eremita, unicamente ocupada das coisas de Deus, saindo apenas à igreja e ainda para orar. Empregava a noite e o dia em colóquios divinos para orar o mais tempo possível. Chegou a dormir apenas meia hora em cada noite.
Catarina era estimulada, no meio deste ambiente, por graças sobrenaturais, sendo visitada pelo próprio Cristo, e também pelos conselhos e exortações dos dominicanos.
3) - Sua vida apostólica
Aos 20 anos, o Senhor ordenou-lhe se dedicasse ao apostolado e daí em diante levasse uma vida mais activa, sem afrouxar a sua intensa vida de oração. Desde então multiplica as suas obras de caridade. Socorre os pobres, cuida dos doentes, manifestando, sobretudo, uma acrisolada abnegação durante o tempo em que a peste invadiu a Itália. Exorta os ímpios à emenda de vida, extingue vinganças e ódios, etc., etc.
Depois de ter obtido a perfeição na fé, pede ao Senhor a perfeição na caridade. Desde então, quantos dela se aproximavam, sem excepção de ninguém, notavam que os acontecimentos exteriores, contradições e sofrimentos, de maneira alguma perturbavam a sua alma. Amava a todos, com um coração verdadeiramente maternal.
4) - Seu entranhável amor à Igreja
Uma das principais características que manifestou em sua vida foi o seu amor e fidelidade à Igreja.
Naquele tempo, em que a terrível peste corporal assolava por toda a parte e uma outra peste espiritual, não menos deplorável, provocavam uma enorme decadência no seio da Igreja, Catarina sentiu-se impelida a usar de entranhas maternais para com todos e especialmente para com os doentes fisicamente e também a servir-se da sua intervenção diplomática e política a favor do maior bem da Igreja e da paz entre os Estados.
Esta grande actividade foi desenvolvida por Santa Catarina, sob a influência do seu confessor, Beato Raimundo de Cápua, O. P., a partir de 1375 ou 1376.
O Papa Gregório XI, à semelhança dos seus predecessores, desde 1309, passara a residir, desterrado, na cidade francesa de Avinhão. As questões da Igreja interessavam intensamente a Catarina.
Chegou mesmo a pedir uma cruzada ao Papa Gregório XI, que a decretou (1373), e cuja promulgação, em Itália, foi confiada ao Beato Raimundo.
Infelizmente, a guerra entre a República de Florença e a Santa Sé, tornaram esta cruzada pacífica impossível. Este Papa tinha tal confiança na nossa Santa, que a fazia muitas vezes falar em pleno consistório dos cardeais.
Foi a Avinhão, junto de Gregório XI, acompanhada de 22 de seus discípulos (homens e mulheres), convencer o velho Papa a voltar para Roma.
As suas súplicas e rogos foram ouvidos: Gregório XI abandonou Avinhão dirigindo-se para Roma, a 13 de Setembro de 1377. E isto, apesar das suas repugnâncias pessoais, da agitação política na Itália e da sua avançada idade.
Todos estes pretextos foram vencidos, graças às instâncias de Catarina. Desde que regressou a Roma, a sua acção requerida pelo mesmo Papa, como mensageira da paz e do bem da Igreja, continuou a manifestar-se.
Morto este Papa em 19 de Março de 1378, sucede-lhe Urbano VI.
Santa Catarina, que já o conhecia, quando era arcebispo de Arenza, principia a contactar com ele que, apesar do seu áspero temperamento e embora se tratasse duma mulher com fama de santidade, solicita a sua ajuda para bem da Igreja.
A 20 de Setembro de 1378, principiava o grande Cisma do Ocidente que ela profetizara. O anti-papa Clemente VII instalava-se em Avinhão.
Estes tristes acontecimentos, cujas consequências para a Igreja e para o mundo foram graves, faziam-na sofrer imenso. Trabalhou quanto pôde para evitar o Cisma, mantendo-se sempre fiel ao legítimo Vigário; de Cristo.
Doravante Catarina transpôs contra Clemente VII toda a sua mística cruzada, mas nada conseguiu.
5) - Seus fenómenos místicos extraordinários
Os fenómenos místicos tornaram-se cada vez mais maravilhosos na vida da Santa senense: visões, êxtases, comunhão milagrosa, etc.
O seu jejum de 55 dias contínuos, na Quaresma de 1371, durou desde o Domingo da Paixão até à festa da Ascensão.
Neste período de tempo, foi-lhe impossível tomar qualquer género de alimento, excepto a Sagrada Eucaristia, mantendo-se sempre alegre e com perfeita saúde.
Aprendeu milagrosamente a ler.
Um dia, suplicando ao Senhor para lhe tirar o seu coração, Cristo apareceu-lhe e Catarina sente que Ele lho havia tirado e lho leva; dois dias depois, o Senhor volta, trazendo-lhe um coração vermelho e brilhante.
Aproximando-se dela e abrindo-lhe o peito, diz-lhe: «Minha filha, há dias, tirei-te o teu coração; agora dou-te o Meu, que doravante te vai servir em vez do teu».
Ela, que antes costumava dizer: «Senhor, dou-vos o meu coração», desde então passou a dizer: «Meu Deus, dou-vos o Vosso coração».
Em princípios de 1375, quando pregava uma mística cruzada na cidade de Pisa, intensificava-se no seu íntimo uma profunda devoção à Paixão do Senhor e uma viva aspiração pelo martírio.
No 4º Domingo; da Quaresma desse ano, dia 1 de Abril, após o seu confessor ter celebrado missa na Igreja de Santa Cristina daquela cidade, e ter-lhe dado a comunhão, a nossa Santa, como de costume, ficou em profundo êxtase.
Voltando a si, chamou o Beato Raimundo, e diz-lhe em voz baixa:«Sabei, Padre que pela misericórdia do Senhor Jesus, possuo em meu corpo as suas chagas».
De facto, havia recebido os estigmas dolorosos da Paixão, mas, segundo a sua narração e a seu pedido, ao ser atingida por cinco raios de sangue, que saíam das chagas do Crucificado, suplicou-lhe que não ficassem visíveis em seu corpo, pois bastava que as trouxesse invisivelmente impressas em sua carne. ]
Então os cinco raios de sangue mudaram-se subitamente em cinco raios brilhantes, atingindo-lhe as mãos, os pés, e o lado.
Confessou que sentia uma dor intensíssima, permanecendo vários dias como agonizante. Já anteriormente havia recebido uma chaga (também invisível) na mão direita.
Cristo tinha prometido desposá-la na fé. Este matrimónio místico realizou-se na terça-feira de Carnaval, 2 de Março de 1376.
O Senhor dirigiu-lhe estas palavras: «Já que por Meu amor renunciaste a todos os prazeres do mundo e só em Mim te queres regozijar, resolvi desposar-te na fé e celebrar solenemente contigo as minhas bodas...».
E colocou um anel de ouro no dedo da sua esposa.
B – MESTRA DE VIDA ESPIRITUAL
Na família dos Benincasa não houve tempo para aprender a ler. Mas Nosso Senhor, que a levava por caminhos extraordinários, ensinou-a, como já ficou dito, a ler e a escrever. Isto teve lugar durante o curto espaço de um êxtase. Afirmou-o uma testemunha do processo de Canonização, a qual diz que Catarina, ao sair do êxtase, redigiu algumas linhas dirigidas a D. Estêvão de Sena: «Saibas, meu querido filho, que esta carta é a primeira que escrevo em toda a minha vida».
O Senhor ia-a dotando de graças extraordinárias que iriam permitir cumprisse perfeitamente a sua missão para bem da Igreja «Corpo Místico de Cristo» cujos sofrimentos a dilaceravam. Para Catarina «a Igreja era o próprio Cristo», a Igreja não tinha a Paz interna e externa.
Assim lho dissera Jesus: «Minha filha bem-amada, dei-te uma vida nova. A minha graça transbordando, para o teu corpo, comunicar-lhe-á um modo de existência extraordinário e obrarás prodígios maravilhosos... A tua linguagem será outra, o teu espírito esclarecido. Viajarás; viverás entre a multidão; alguns enviar-tos-ei a ti outros enviar-te-ei a eles. Levarás o meu nome aos nobres e aos clérigos e aos Pontífices. Governarás o povo cristão a fim de que a tua fraqueza confunda os orgulhosos. Por ti salvarei muitas almas. Não temas nada, eu estou contigo».