Nossa Senhora
de
Pellevoisin
A vidente
Estela Faguette nasce em 12 de Setembro de 1839. É ela que, aos
11 anos, na aldeia onde nasceu, leva o pendão de Nossa Senhora
na procissão que festeja a proclamação do Dogma da Imaculada
conceição, proclamado por Pio X em 8 de Dezembro de 1854.
Ninguém imagina que, 22 anos depois, será ela que irá ser
encarregada de proclamar as glórias de Maria no mundo inteiro.
Quando Estela tem 14 anos, o pai, devido aos negócios que correm
mal, está na miséria. A família desloca-se para Paris e é Estela
quem tem de ajudar materialmente o pai. Frequenta as Irmãs de
S. Vicente de Paulo e a sua devoção a Maria é já bem visível. Aos
17 anos, entra para a congregação das irmãs Agostinhas de Hôtel-
Dieu onde permanece três anos, dedicando-se aos mais
necessitados. Ao fim deste tempo, tem de deixar a vida religiosa
para de novo vir em auxílio dos pais. Vai servir para casa da
família De La Rochefoucauld. A condessa encontra nela todas as
qualidades para lhe entregar todo o tipo de responsabilidades.
Os condes, na estação quente, deixam Paris e vão instalar-se na
sua casa de verão a três quilómetros de Pellevoisin, pequena aldeia
dos arredores de Châteauroux.
Vidente Estelle Faguette aos pés de Nossa Senhora em
Pellevoisin
Casa da Vidente Estelle Faguette - local das
Aparições
Casa da Vidente Estelle Faguette - local das
Aparições
Capela de Pellevoisin
Túmulo da Vidente Estelle Faguette
15 aparições da Virgem a Estelle Faguette, em 1876
Primeira Aparição de Nossa Senhora à Vidente Estelle
Faguette
Primeira aparição
14 de Fevereiro de 1876: Aparição do demónio e, depois, da
Virgem.
Desde há meses que Estela luta contra um grave tuberculose,
rodeada de afeição e de bons cuidados. Está grata à condessa "a
quem devo um pouco da minha resignação." Ela que dizia tantas
vezes: "Minha pobre Estela, para sofrer assim tanto tempo, mais
valia que Deus vos levasse, porque tudo leva a crer que nunca vos
haveis de curar".
O sacramento da Extrema Unção dá-lhe uma serenidade total:
"Nesse dia fiquei mais calma e disse muitas vezes: meu Deus, vós
sabeis melhor que eu o que me é preciso, fazei o que vos agradar,
apenas concedei que eu faça o meu sacrifício generosamente".
Aparição de Satanás
Na noite de 14 de Fevereiro de 1876, está esgotada. É perto da
meia-noite. Uma personagem sinistra "de noite à procura da caça",
apresenta-se junto da cama da moribunda; quer aproveitar-se do
seu extremo cansaço.
Ela mesma conta: "De repente, o diabo apareceu ao pé da minha
cama. Ó! Como tive medo. Era horrível, fazia-me caretas quando
me apareceu a Virgem do outro lado da cama".
"Maria traz na cabeça um lenço muito branco"
Diz a Satanás:
Que fazes aqui? Não vês que Estela está revestida da minha libré
(escapulário).
E tu, Estela, não tenhas medo, sabes bem que és minha filha!
A doença de Estela
Os pais de Estela vêm instalar-se em Pellevoisin em 1866. Ficam
mais perto da filha que acompanha sempre a família de La
Rochefoucauld a Poiriers-Montbel, durante a estação quente. Ficará
mais barato viver em Pellevoisin do que em Paris. Quando a
doença de Estela se agrava no Outono de 1875, a condessa atrasa
o sua ida para a cidade.
Em Fevereiro de 1876, assuntos importantes esperam-na em Paris.
Não pode demorar mais. Arranja uma casa perto da igreja e do
cemitério de Pellevoisin onde instala confortavelmente Estela. Os
pais Faguette, que moram em Pellevoisin desde há dez anos, vêm
morar com a filha; poderão assim prestar-lhe mais facilmente os
cuidados de que necessita. O seu estado físico é de tal forma
desesperado, que o conde e a condessa compram, antes de
partirem para Paris, um lugar no cemitério de Pellevoisim, para a
sepultura da sua "criada" tão apreciada.
Em 14 de Fevereiro, o Dr. Hubert confirma as aparências: "Não
tem mais que 4 a 5 horas de vida". Estela tem pelo menos a
consolação de ver os pais instalados na mesma casa que ela, nos
seus últimos momentos.
Estela Faguette não goza pois de boa saúde. Esta fraqueza física
não é estranha à sua saída da comunidade com a idade de 20
anos. Os bons cuidados prestados pela condessa de La
Rochefoucauld e a força de vontade de Estela triunfam
temporariamente: durante onze anos, a sua dedicação é sem
falha. Mas eis que em 29 de Agosto de 1875, o Dr. Bucquoy
confirma que está gravemente atingida: sofre de "tuberculose
pulmonar, de peritonite aguda e dum tumor abdominal." As lesões
do pulmão progrediram de tal forma que se tornou contagiosa. O
seu estado é tão grave que não pode mais trabalhar.
Estela tem 32 anos e não tenciona capitular tão facilmente. Decide
recorrer aos meios extremos. Escreve directamente à Virgem.
Entrega a carta à menina Reiter que vai colocá-la no parque do
castelo, entre as pedras da gruta dedicada a Nossa Senhora de
Lourdes. A resposta à carta chegará a Pellevoisin na noite de 14
par 15 de Fevereiro de 1876. Foram precisos cerca de seis meses
para que a Virgem respondesse à carta de Estela, datada de
Setembro de 1875.
Texto integral da carta de Estela Faguette dirigida à Virgem Maria
em Setembro de 1875:
"Ó minha boa Mãe, eis-me de novo prostrada a vossos pés. Não
podeis recusar ouvir-me. Não esquecestes que sou vossa filha, que
vos amo. Concedei-me, pois, pelo vosso divino Filho, a saúde do
corpo, para sua glória.
Olhai a dor de meus pais, sabeis bem que não me têm senão a
mim como recurso. Não poderei acabar a obra que comecei? Se
não puderdes, por causa dos meus pecados, obter-me a cura
completa, podereis ao menos obter-me um pouco de força para
poder ganhar a vida e a de meus pais. Bem vedes, minha boa
Mãe, eles estão em vésperas de ter de mendigar o pão, não posso
pensar nisso sem ficar profundamente aflita.
Recordai-vos dos sofrimentos que suportastes, na noite do
nascimento do Salvador, quando fostes obrigada a ir de porta em
porta pedindo asilo! Recordai-vos também do que sofrestes
quando Jesus foi colocado na Cruz! Tenho confiança em vós,
minha boa Mãe, se quiseres, o vosso Filho pode curar-me. Ele sabe
que desejei vivamente ser do número das suas esposas e que foi
para lhe ser agradável que sacrifiquei a minha existência pela
minha família que tanto precisa de mim.
Dignai-vos escutar as minhas súplicas, minha boa Mãe, e
transmiti-las ao vosso divino Filho. Que Ele me devolva a saúde se
for do seu agrado, mas que seja feita a sua vontade e não a
minha. Que pelo menos me conceda a resignação total aos seus
desígnios e que isso sirva à minha salvação e à de meus pais.
Possuís o meu coração, Virgem Santa, guardai-o sempre e que ele
seja o penhor do meu amor e do meu reconhecimento pela vossa
maternal bondade. Prometo-vos, minha boa Mãe, se me
concederdes as graças que vos peço, de fazer tudo quanto de mim
depender para vossa glória e do vosso divino Filho.
Tomai sob a vossa protecção a minha querida sobrinha e colocai-a
ao abrigo dos maus exemplos. Fazei, ó Virgem Santa, que vos
imite na vossa obediência e que um dia possua convosco, Jesus,
na eternidade."
Estela Faguette
A sobrinha de Estela Faguette
No final desta carta, Estela coloca sob a protecção de Maria a sua
pequena sobrinha.
Estela tinha duas irmãs, uma mais velha 3 anos, Genoveva, e
outra mais nova que ela, Agostinha.
Genoveva Faguette Petitot morrre em 24 de Novembro de 1864
com 24 anos, deixando dois filhos: Eugénio morre a 20 de
Fevereiro de 1865, com 13 meses.
A menina, Estela Petitot, tem 5 anos quando morre a mãe
Genoveva Faguette Petitot.
É nesta altura que Estela Faguette toma a seu cargo a sobrinha
que fica a morar com os pais. Estela com o seu salário sustenta o
pai, a mãe e a sobrinha, "a pequena Estela", que habitam todos
em Pellevoisin. No momento das aparições, Estela Petitot tem 17
anos e Estela Faguette pô-la como aprendiza em Paris, por 18
meses.
Depois desta aprendizagem, a pequena Estela volta a Pellevoisin,
para casa dos pais Faguette e aí ficará até aos 22 anos.
Aos 22 anos, deixa a casa e não mais voltará. O lar Petitot, infeliz
e desunido, foi para Estela Faguette causa de muita angústia e
decepção. Ela que tanto tinha sofrido pela sua querida pequena
sobrinha.
Segunda aparição
Maria anuncia três acontecimentos importantes.
O primeiro: durante cinco dias consecutivos, virei ver-te;
O segundo: sábado, morrerás ou ficarás curada;
O terceiro: se o meu Filho te conceder a vida, publicarás a minha
glória.
Estela Faguette vai receber a visita de Maria quinze vezes no
decorrer do ano de 1876.
As cinco primeiras aparições acontecem em cinco dias
consecutivos, e segundo a própria Virgem:
Sofrerás ainda cinco dias, em honra das cinco chagas de meu
Filho.
2ª aparição: 14 de Fevereiro de 1876
Maria aparece cinco vezes a meio da noite, em 14, 15, 16, 17, 18
de Fevereiro de 1876. A presença de Satanás que tinha sido
importante no dia 14, torna-se cada vez mais discreta nos dias
seguintes, de forma que no dia 18, está totalmente ausente.
Inversamente, durante este tempo, a Virgem torna-se cada vez
mais maternal: "Aproxima-se do meio da minha cama".
Estela: "Estou ainda muito perturbada com os pecados que cometi
no passado e que aos meus olhos eram faltas ligeiras."
Virgem Maria:
As poucas boas acções e algumas orações fervorosas que me
dirigiste tocaram o meu coração de mãe, estou cheia de
misericórdia.
Estela fica estupefacta por ver que o pouco bem que fazemos,
compensa a ingratidão das nossas faltas, por causa da bondade de
Deus e da sua Mãe Misericordiosa.
Virgem Maria:
Recebi a tua carta. Vais ficar curada.
Terceira aparição
A partir de terça-feira, 15 de Fevereiro 1876, Estela sabe que será
curada. Está tão pronta para morrer que fica decepcionada com a
notícia.
Estela: "Mas, minha boa Mãe, se pudesse escolher, gostaria de
morrer enquanto estou bem preparada."
Virgem Maria:
Ingrata! Se o meu Filho te devolve a saúde, é que tens
necessidade. Se o meu Filho se deixou tocar, foi por causa da tua
grande resignação e paciência. Não lhe percas o fruto por causa da
tua escolha.
Quarta aparição: 16 de Fevereiro de 1876
Virgem Maria:
Essas poucas boas acções e algumas orações fervorosas que me
dedicaste, tocaram o meu coração de Mãe; entre outras, essa
pequena carta que me escreveste em Setembro de 1875. O que
mais me tocou, foi esta frase: vede a dor dos meus pais se viesse
a faltar-lhes. Estão em vésperas de mendigar o pão. Recordai-vos
que também sofrestes quando Jesus vosso Filho foi posto na Cruz.
Mostrei esta carta a meu Filho.
Em 14 de Fevereiro, Estela ouviu dizer-lhe:
Se o meu Filho te der a vida, quero que publiques a minha glória.
Escreve nas suas memórias: "Fiquei surpreendida, quando
respondi excitada: mas, como hei-de fazer? Não sou grande coisa,
não sei o que poderei fazer."
Quinta aparição: 17 de Fevereiro de 1876, Maria intervém:
Não tive tempo de dizer como fazer (...) Faz todos os esforços.
Sexta aparição: em 18 de Fevereiro de 1876, acrescentou:
Se quiseres servir-me, sê simples e que as tuas acções
correspondam às tuas palavras. É possível salvar-nos em todas as
condições; onde estás, podes fazer muito bem e podes publicar a
minha glória.
O que mais me aflige é a falta de respeito que têm pelo meu Filho
na Santa Comunhão, e a atitude de oração que tomam, quando o
espírito está ocupado com outras coisas. Digo isto para as pessoas
que pretendem ser piedosas. Publica a minha glória, mas antes de
falares, espera o conselho do teu confessor e director; terás
emboscadas, hão-de tratar-te de visionária, exaltada, louca, não
prestes atenção a nada disto, sê fiel, eu te ajudarei.
No fim da aparição de 18 de Fevereiro de 1876:
Estela sofria horrivelmente: o coração batia-me com tanta força
que pensava que me ia sair do peito. O estômago e a barriga
também me doíam muito. Era-me impossível levantar a mão
direita. Depois dum momento de repouso, senti-me bem.
Perguntei que horas eram: era meia-noite e meia. Sentia-me
curada, excepto o braço direito.
Sétima aparição em 1 de Julho de 1876
Maria:
Calma minha filha, paciência, terás sofrimentos mas eu estou aqui.
Oitava aparição em 2 de Julho de 1876
Maria:
Não temas nada, fica calma.
Nona aparição em 3 de Julho de 1876
Maria:
Queria que ainda ficasses mais calma.
10ª aparição em 9 de Setembro de 1876
Maria:
Ficaste privada da minha visita em 15 de Agosto. Não tinhas
suficiente calma. Tens mesmo o carácter do francês: quer saber
tudo antes de aprender e compreender tudo antes de saber.
11ª aparição em 15 de Setembro de 1876
Maria:
Vou ter em conta os esforços que fizeste para estares calma. Não é
só para ti que o peço, mas também para a Igreja e para a França.
Na Igreja não há essa calma que eu desejo.
12ª aparição em 19 de Setembro de 1876
Estela: "Tinha visto sempre aquela pequena coisa sem saber o que
era, porque até aí tinha-a visto totalmente branca. Ao levantá-la,
vi um coração vermelho que sobressaía muito bem. Pensei
imediatamente que era um escapulário do Sagrado Coração."
Maria disse, agarrando-o:
Gosto desta devoção.
13ª aparição em 1 de Dezembro de 1876
Maria trazia mais uma vez o escapulário.
14ª aparição em 8 de Dezembro de 1876
Maria:
Tu mesma vais ter com o Prelado e vais mostrar-lhe o modelo que
fizeste. Diz-lhe que te ajude com todo o seu poder e que nada me
será mais agradável que ver esta libré em cada um dos meus
filhos. Aplicar-se-ão a reparar os ultrajes que o meu Filho recebe
no sacramento do seu amor. Vê as graças que derramarei sobre
aqueles que o trouxerem com confiança e que te ajudarão a
propagá-lo.
15ª aparição em 3 de Julho de 1876.
No final do dia, Estela vê de novo a Santíssima Virgem. Esta chega
muito tarde e "não fica senão alguns minutos".
Maria:
Não te fixei a hora a que viria, nem o dia. Não vou ficar senão por
alguns minutos.
Maria parece chegar duma recepção importante e quer partilhar a
sua alegria com Estela.
Maria:
Vim acabar a festa.
Estela: Não sabia que festa era. Perguntei no dia seguinte ao Prior
que me respondeu que era em Lourdes, a coroação de Nossa
Senhora de Lourdes.
Reconhecimento pela Igreja
Na verdade, o arcebispo de Bourges, D. de la Tour d'Auvergne, foi
o primeiro a reconhecer o escapulário, em 12 de Dezembro de
1876. De seguida, Leão XIII também o reconheceu.
Estela é recebida em audiência por Leão XIII em 30 de Janeiro de
1900. Este papa que, entre 1 de Setembro de 1883 e 8 de
Setembro de 1901, publicou 15 encíclicas sobre o Rosário, está
bem informado sobre os acontecimentos de Pellevoisin. Aproveita
pata pedir detalhes sobre as alusões de Maria relativamente à
Igreja e à França.
Em 4 de Abril de 1900, três meses depois da audiência de Estela, a
Congregação dos ritos, a pedido do papa, autoriza oficialmente
para toda a Igreja, o escapulário do Sagrado Coração, tal como a
Virgem o trazia em Pellevoisin.
Bento XV acrescenta:
«Acredito que as origens são boas e podemos dizer que Pellevoisin
é um lugar especialmente escolhido pela Virgem para aí derramar
as suas graças (17 de Outubro de 1915).
Um exvoto
Desde a primeira aparição, em 14 de Fevereiro de 1876, a Virgem
aponta para que se deverá conservar a memória destas aparições.
Ao ver a placa de mármore branco colocada diante dela, Estela
Faguette identifica-a como sendo um exvoto, quer dizer, um
testemunho pelo favor obtido. A primeira preocupação de Estela é
saber onde colocarão esse exvoto.
Estela: Mas, minha boa Mãe, onde deveremos colocá-lo? Será em
Nossa Senhora das Vitórias em Paris ou em Pellevoi...? Não me deu
tempo de acabar Pellevoisin sem que me respondesse:
Maria:
Em Nossa Senhora das Vitórias têm bastantes marcas do meu
poder, ao passo que em Pellevoisin não há nada. Têm necessidade
de estimulantes.
Tinha nos quatro cantos, botões de rosa em ouro. No cimo estava
um coração de ouro inflamado com uma coroa de rosas,
trespassado com uma espada.
Eis o que lá estava escrito:
Invoquei Maria do mais fundo da minha miséria.
Ela obteve de seu Filho a minha cura total.
A humilde Estela Faguette morreu com 86 anos e repousa no
cemitério de Pellevoisin, não longe do túmulo de Georges
Bernanos. No seu túmulo, duas palavras: "Sê simples".
Pellevoisin, a Lourdes da região do Berry
Nossa Senhora de Pellevoisin manifesta sua misericórdia incomensurável e sua poderosa intercessão junto a Deus, pedindo a propagação de um Escapulário do Sagrado Coração de Jesus
Nelson Ribeiro Fragelli
Imagem representando a aparição
Nossa Senhora de Pellevoisin manifesta sua misericórdia incomensurável e sua poderosa intercessão junto a Deus, pedindo a propagação de um Escapulário do Sagrado Coração de Jesus
Nelson Ribeiro Fragelli
Imagem representando a aparição
A Santíssima Virgem apareceu 15 vezes, em 1876, na pequena cidade de Pellevoisin, diocese de Bourges, no Berry, centro da França. A vidente, Estelle Faguette, foi miraculada durante as aparições. Gravemente doente, desenganada pelos médicos, sua cura causou espanto e admiração em todo o país.
Estelle nasceu em 1843, de pais muito pobres. Sempre adoentada, levava uma vida simples, de empregada doméstica. Aconselhada por seu confessor, que era pároco da Madeleine, em Paris, passou algum tempo entre as freiras agostinianas, servindo como enfermeira no Hôtel-Dieu, grande hospital da capital. Podia assim, simultaneamente, cuidar dos doentes e ser cuidada. Entretanto sua saúde, cada vez mais fraca, levou-a a interromper o noviciado em 1863.
Sempre muito piedosa, uma religiosa apresentou-a à família La Rochefoucauld, que a empregou no castelo de Poiriers-Montbel, a três quilômetros de Pellevoisin. Para grande alívio de seus pais, ela passou a receber um salário, vital para o sustento da família. Estelle conservou grande admiração por seus patrões. Em sua doença, eles cuidaram dela “com grande dedicação”, segundo suas palavras. A bondade da condessa de La Rochefoucauld consolou-a sempre.
Enferma havia mais de 10 anos, a doença se agravou em junho de 1875. De acordo com declarações de seus médicos — Dr. Benard e Dr. Hubert, ambos de Buzançais –– Estelle sofria de tuberculose, peritonite aguda e de um tumor abdominal. Em 10 de fevereiro de 1876, a morte estava próxima: ela não teria vida por mais do que algumas horas, afirmou o Dr. Benard.
Primeira aparição
Estelle Faguette
Ocorreu então a primeira das 15 aparições de Nossa Senhora, na noite fria de 14 a 15 de fevereiro. Já desenganada pelo médico, Estelle esperava resignadamente a morte. Entre orações e lembranças da vida passada, renovava a cada instante o oferecimento a Deus de seu último sacrifício.
De repente, do lado direito de sua cama ela viu uma forma humana horrível, ameaçadora, que agarrou seu leito e o sacudiu violentamente. Estelle não duvidou tratar-se do próprio demônio. Mas o demônio ali presente, no momento da morte? A visão aterrorizante parecia-lhe uma promessa do inferno. Foi tomada de pânico, enquanto a besta humana rugia.
Porém, nesse instante de confusão e terror, Maria Santíssima apareceu, com beleza indescritível, toda de branco, com um longo véu caindo até os pés. Seu olhar se dirigiu à enferma com bondade indizível. Em seguida, fixou o demônio e disse: O que fazes aqui? Não vês que ela está vestida com o hábito que Eu e meu Filho divino lhe demos? Mencionando o hábito, Nossa Senhora se referia à sua medalha, que Estelle sempre usava. O demônio fugiu, não suportando o olhar de Maria.
Nossa Senhora disse então à sua filha: Não tenhas medo! Sabes que és minha filha. Ânimo e paciência. Meu Filho vai se deixar tocar. Sofrerás ainda cinco dias em honra das cinco chagas de meu Filho. Sábado próximo morrerás ou serás curada. Para a cura, Nossa Senhora estabeleceu uma condição: Se meu Filho te conceder a vida, anunciarás minha glória.
Perguntando-se o que poderia significar o anúncio da glória de Maria, Estelle viu junto a Nossa Senhora uma placa de mármore branco, na qual estava gravado o Imaculado Coração de Maria. Vindo-lhe ao espírito a pergunta se deveria colocar essa placa na igreja de Notre Dame des Victoires ou em Pellevoisin, a Virgem lhe disse: Em Notre Dame des Victoires já existem muitas marcas de meu poder. Em Pellevoisin, não. Os fiéis daqui têm necessidade de mais ânimo. Estelle prometeu então fazer tudo pela glória de Nossa Senhora. Nesse instante cessou a visão.
Evidentemente, ela narrou tudo a seu pároco no dia seguinte. Este ouviu pacientemente, mas dado o estado agônico de sua penitente, julgou tratar-se de alucinação.
Segunda aparição
Na noite seguinte, 15 a 16 de fevereiro, o demônio voltou a aparecer. Desta vez ele guardou certa distância, temeroso de aproximar-se da cama, como se um impedimento o retivesse. Mesmo assim, a visão era terrificante. Nossa Senhora logo apareceu, e estabeleceu-se um diálogo com a vidente:
–– Não temas, estou aqui. Meu Filho teve piedade de ti. Serás curada sábado e anunciarás minha glória.
–– Mas, minha Mãe bondosa, já que estou bem preparada, não é melhor que eu morra?
–– Ingrata, se meu Filho te salva, é porque tens necessidade da vida. O que de mais precioso deu Ele aos homens nesta Terra? Ele te conservará a vida, mas não creio que te poupará de sofrimentos. Não, sofrerás e muitas serão tuas penas. O sofrimento dá méritos à vida. Foi tua grande resignação e paciência que tocaram o coração de meu Filho. Não percas o fruto que escolheste.
Nesse instante Estelle viu, uma a uma, suas faltas passadas. Faltas que, no entanto, ela considerava sem importância. Nossa Senhora desapareceu deixando-a imersa em profunda contrição, pois compreendeu que mesmo os pecados veniais são severamente detestados por Nossa Senhora.
Terceira aparição
Oratório onde Estelle deixou a carta para Nossa Senhora
Na terceira aparição o demônio ainda precedeu Nossa Senhora, mas estava ainda mais distante de Estelle, que o viu vagamente, discernindo sobretudo seus gestos de ódio.
Com a recordação muito viva dos pecados vistos na noite anterior, Estelle foi tomada de temor em presença da Imaculada, que no entanto a tranqüilizou: Ânimo, minha filha, tudo isso passou, tua resignação resgatou tuas faltas passadas. Maria lhe fez ver seus atos de virtude e falou-lhe dos grandes desejos que lhe vão no coração: a santificação dos bons; a conversão dos pecadores; a prática da bondade e da amenidade de uns com os outros. E acrescentou: Sou toda misericordiosa, obtendo tudo de meu Filho. Tuas boas ações e fervorosas orações tocaram meu Coração materno. Na pequena carta que me escreveste em setembro, sobretudo esta frase tocou-me particularmente: ‘Vede a situação de meus pais, caso eu venha a morrer. Eles teriam que pedir esmolas. Lembrai-vos de vossos sofrimentos quando vistes Jesus, vosso Filho, cravado na cruz’. Mostrei essa carta a meu Filho. Teus pais necessitam de ti. De agora em diante, trata de ser fiel. Não percas as graças que te são dadas, e anuncia minha glória.
Quarta aparição
Uma quarta vez apareceu-lhe Maria, entre 17 e 18 de fevereiro, repetindo o que anteriormente lhe dissera. Nossa Senhora parecia querer deixar bem claro a recomendação deanunciar sua glória, e para isso torna a dizer-lhe: Faze todo esforço.
Quinta aparição
Na sexta-feira, 18 de fevereiro, o estado de saúde de Estelle tinha se agravado muito. Pe. Salmon, seu confessor, julgando-a no extremo da vida, dispõe-se a ouvir sua confissão. A enferma se recusou, dizendo que só se confessará depois de sua cura, que ela espera para o dia seguinte. O Padre se retirou, certo de que seria chamado durante a madrugada para assistir a moribunda. Tal não aconteceu.
Às seis horas da manhã o Pe. Salmon foi ver Estelle. Encontrou-a ainda no leito, e, para sua surpresa, viva. Celebrou a Missa em seu quarto, na presença de outras pessoas. Terminada a Missa, perguntou a Estelle como se sentia. Ela fez o sinal da Cruz, com o braço direito inteiramente cicatrizado, levantou-se e vestiu-se sozinha, radiante de saúde. Toda a cidade de Pellevoisin foi vê-la. Os médicos que a julgaram condenada atestaram sua cura total e completa. O atestado do Dr. Bucquoy, da Academia de Medicina de Paris, foi decisivo para a comissão que em 1877 examinou o caso. E a cura não foi passageira, Estelle viveu em boa saúde até a idade de 86 anos.
Mas o que se dera durante a noite? Nossa Senhora aparecera mais uma vez, postando-se bem mais próximo do leito de Estelle. A placa de mármore também fez parte desta visão, mas agora com uma inscrição: Invoquei Maria no auge de minha miséria, e Ela obteve de seu Filho minha cura total.Seguia-se a assinatura: Estelle F. Um coração traspassado por um gládio e cercado de rosas aparecia na parte superior. Estelle prometeu a Maria lutar sempre por sua glória. Nossa Senhora lhe recomendou: Se queres servir-me, sê simples; e que teus atos correspondam às tuas palavras”.
Estelle perguntou-lhe se deveria tornar-se religiosa, e a Virgem respondeu: Pode-se salvar em todas as condições. Podes fazer muito bem e anunciar minha glória tal como és. O que me aflige é a falta de respeito por meu Filho na Santa Eucaristia e a atitude de distração com outras coisas, que se toma na oração. Digo isto para as pessoas que pretendem ser piedosas. Estelle perguntou se deveria transmitir aos outros o que acabava de ouvir, e Maria respondeu: Sim, sim, anuncia minha glória, mas antes de falar, espera conselho de teu confessor e diretor espiritual. Sofrerás ciladas, tratar-te-ão de visionária, de exaltada, de louca. Eu te ajudarei.
Pedido de conversão
Escapulário recomendado por Nossa Senhora
Uma vez curada, Estelle lançou-se ao trabalho pela glória de Maria, tal como Ela lhe havia pedido. Afligindo-se com suas imperfeições na execução desse santo trabalho, Nossa Senhora apareceu-lhe uma sexta vez, durante a oração do Rosário: Calma, minha filha. Paciência. Terás sofrimentos, mas estarei sempre aqui.
Na festa da Visitação da Santíssima Virgem, 2 de julho, Nossa Senhora lhe apareceu pela sétima vez, às 23:30h. A Mãe de Deus estava cercada de rosas de todas as cores, particularmente brancas, vermelhas e amarelas. Foram três curtas aparições, parecendo simbolizar os três terços do Rosário. Tens anunciado minha glória. Continua. Meu Filho tem almas prediletas. Seu Coração tem tanto amor pelo meu, que nada lhe recusa. Por meu intermédio Ele tocará os corações mais empedernidos.
Estelle queria ainda pedir um sinal do poder da Santíssima Virgem, mas não conseguia exprimir-se adequadamente. Nossa Senhora, lendo-lhe o …
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CANAIS DE DIVULGAÇÃO:
http://pt.gloria.tv/?user=28228
http://www.youtube.com/user/aparicoesdejacarei#p/u
http://www.youtube.com/user/AparicoesDeJacarei7?feature=mhee
Desde o dia 7 de fevereiro de 1991, há 21 anos, Nosso Senhor Jesus Cristo, Maria
Santíssima, São José , o Divino Espírito Santo, os Anjos e os Santos, vem aparecendo
diariamente em Jacareí, São Paulo, Brasil, às 18:30hs (hora de Brasília). Ela se apresenta
como Rainha e Mensageira da Paz e faz um último apelo à conversão, através de um jovem:
Marcos Tadeu, que no início das Aparições tinha 13 anos apenas. São as mais intensas
Aparições da história de nosso país, e Maria Santíssima diz que são as últimas Aparições
para a Humanidade. A Mãe de Deus pediu que fosse feita todos os dias, às oito horas da
noite, a Santa Hora da Paz a fim de que as famílias se convertam e o mundo tenha Paz. Ela
prometeu a Sua proteção às famílias que a fizerem todos os dias. Nossa Senhora diz que as
Aparições de Jacareí e a de Medjugorje (exIugoslavia) são a continuação e a CONCLUSÃO
de Fátima.