RÁDIO MENSAGEIRA DA PAZ

sábado, 6 de agosto de 2011

Fátima -Portugal-1916-1917 Nossa Senhora do Rosário de Fátima






Os videntes

LÚCIA DE JESUS
A principal protagonista das Aparições nasceu em 22 de Março de 1907, em Aljustrel, paróquia de Fátima. Em 17 de Junho de 1921, ingressou no Asilo de Vilar (Porto), dirigido pelas religiosas de Santa Doroteia.
Depois foi para Tuy, onde tomou o hábito, com o nome de Maria Lúcia das Dores. No dia 25 de Março de 1948, transferiu-se para Coimbra, onde ingressou no Carmelo de Santa Teresa, tomando o nome de Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. No dia 31 de Maio de 1949, fez a sua profissão de votos solenes.
Faleceu em 13 de Fevereiro de 2005 no Carmelo de Sta. Teresa, com a idade de 97 anos.
FRANCISCO MARTO
Nasceu em 11 de Junho de 1908, em Aljustrel. Faleceu no dia 4 de Abril de 1919, na casa de seus pais. Muito sensível e contemplativo, orientou toda a sua oração e penitência para "consolar a Nosso Senhor".
Os seus restos mortais ficaram sepultados no cemitério paroquial até ao dia 13 de Março de 1952, data em que foram trasladados para a Basílica da Cova da Iria.
JACINTA MARTO
Nasceu em Aljustrel, no dia 11 de Março de 1910. Faleceu em 20 de Fevereiro de 1920, no Hospital de D. Estefânia, em Lisboa, depois de uma longa e dolorosa doença, oferecendo todos os seus sofrimentos pela conversão dos pecadores, pela paz no mundo e pelo Santo Padre.
Em 12 de Setembro de 1935 foi solenemente trasladado o seu cadáver do jazigo da família do Barão de Alvaiázere, em Vila Nova de Ourém, para o cemitério de Fátima, e colocado junto dos restos mortais do seu irmão Francisco.
No dia 1 de Maio de 1951, efectuou-se, com a maior simplicidade, a trasladação dos restos mortais de Jacinta para o novo sepulcro preparado na Basílica da Cova da Iria.
Francisco e Jacinta foram beatificados pelo Papa João Paulo II em 13 de Maio de 2000.

A mensagem

1) Aparições do Anjo
No verão de 1916, as crianças pastavam o rebanho de ovelhas quando foram surpreendidas por uma tempestade de verão. Refugiando-se numa caverna próxima, decidiram comer a merenda e esperar até que a tempestade amainasse. Assim que terminaram de rezar o Rosário, a chuva parou de súbito e, ao deixarem a caverna, foram saudados por uma forte ventania que soprava dos pinheiros. Quando procuraram a causa de tal vento, deram com a mesma nuvem translúcida que Lúcia já tinha observado no ano anterior. Desta vez, a nuvem moveu-se na direcção deles e tornou-se distinguível como um "jovem" transparente, aparentando cerca de catorze anos. O jovem apresentou-se às crianças:
"Não tenham medo. Eu sou o Anjo da Paz. Rezem comigo".
Ajoelhou-se então sobre o chão, curvando-se para a frente até que a testa tocou no solo, e orou:
"Meu Deus: eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam".
Rezou assim três vezes. Quando se levantou, disse às crianças:
"Rezem assim. Os Corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz das vossas súplicas."
Desapareceu, de seguida, de vista. As crianças permaneceram em êxtase. Repetiram essa oração por longo tempo, como o anjo o fizera, de joelhos.
As crianças decidiram nada relatar dessa experiência, temendo o ridículo e as censuras dos pais e amigos. Algumas semanas mais tarde, o anjo tornou a aparecer e instou-os a que rezassem muito, oferecessem sacrifícios ao Altíssimo, acolhessem os sofrimentos que porventura o Senhor lhes enviasse, nestas palavras (copiadas do diário de Lúcia):
"Rezem! Rezem! Rezem muito! Os Corações de Jesus e de Maria têm sobre vocês desígnios de misericórdia. Ofereçam constantemente orações e sacrifícios ao Altíssimo! De tudo quanto puderem, ofereçam um sacrifício como reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores, atraindo assim sobre a vossa Pátria a paz. Acima de tudo, aceitem e suportem com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar."
 Nesta terceira e última aparição, em Outubro de 1916, o Anjo trouxe nas mãos um Cálice, sobre o qual encontrava-se suspensa uma Hóstia, de que caíam gotas de sangue no Cálice. Deixando a Hóstia e o Cálice suspensos no ar, prostrou-se em terra e repetiu três vezes esta oração:
"Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado Coração de Maria peço-vos a conversão dos pobres pecadores".
Depois, levantando-se, tomou novamente nas mãos o Cálice e a Hóstia. Deu a Hóstia a Lúcia. O conteúdo do Cálice, deu-o a beber a Jacinta e Francisco, dizendo ao mesmo tempo:
"Tomem o Corpo e bebam o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparem os seus crimes e consolem ao vosso Deus."
Novamente prostrou-se em terra e repetiu com as crianças pelo menos três vezes a mesma oração. E desapareceu.

2) Aparições de Nossa Senhora
Em todas as aparições é Lúcia a única que dialoga com a Virgem. Jacinta vê e ouve mas não fala. Francisco apenas ouve.

13 de Maio
Lúcia pergunta:
- Vossemecê quem é?
- Sou do Céu.
- E que quer de nós?
- Venho pedir-vos que venham aqui durante seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois, dir-vos-ei quem sou e o que quero. Depois, virei uma sétima vez.
- E eu vou para o Céu?
- Sim, vais.
- E  a Jacinta?
- Também.
- E o Francisco?
- Também mas tem de rezar muitos terços.
Lúcia pergunta por duas jovens que tinham morrido há pouco tempo.
- A Maria já está no Céu?
- Sim, já está.
- E a Amélia?
- Estará no Purgatório até ao fim dos tempos.
- Quereis oferecer a Deus todos os sofrimentos que Ele vos enviar, em reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e pela conversão dos pecadores?
- Sim, queremos.
- Tereis muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.
Enquanto pronunciava estas palavras, Nossa Senhora abriu as mãos e delas se desprendeu uma intensa luz. Lúcia dirá mais tarde: "Esta luz intensa penetrou no nosso coração até ao mais fundo da alma. Fazia com que nos víssemos em Deus, que era a luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos."
Antes de partir, Nossa Senhora disse-lhes:
- Rezai o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra.
- Quando acabará a guerra?
- Não posso dize-lo antes de vos dizer o que quero.
Com estas palavras elevou-se no Céu até desaparecer.

13 de Junho
- Vossemecê que me quer?
- Quero que venhais aqui no próximo dia treze, que rezeis o terço todos os dias e que aprendais a ler. Depois, dir-vos-ei o que quero.
Lúcia pede a cura de um doente:
- Se se converter, será curado.
- Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu.
- Sim, Francisco e Jacinta, levá-los-ei em breve, mas tu ficarás aqui durante algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem tiver esta devoção prometo a salvação; essas almas são queridas de Deus como flores colocadas por mim a embelezar o seu trono.
Com tristeza Lúcia diz:
- Vou ficar cá sozinha?
- Não minha filha. Sofres muito? Não desanimes. Nunca te abandonarei. O meu Coração Imaculado será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus.
Diante da palma da mão direita da Virgem estava um coração cravado de espinhos: o Coração Imaculado de Maria ultrajado pelos pecados da humanidade e que pedia reparação.

13 de Julho

- Vossemecê que me quer?
- Quero que venham aqui no próximo dia 13, que continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz e o fim da guerra, pois só Ela vos pode socorrer.
- Queria pedir-lhe que dissesse quem é e que fizesse um milagre a fim  de que toda a gente acredite que Vossemecê nos aparece.
- Continuai a vir aqui todos os meses. Em Outubro dir-vos-ei quem sou e o que quero, e farei um milagre que todos poderão ver para acreditarem.
Sacrificai-vos pelos pecadores, e dizei muitas vezes a Jesus, sobretudo quando fizerdes algum sacrifício: "Ó Jesus, é por amor por vós, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria."
Diz Lúcia: "Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados em esse fogo os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que delas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios distinguiam-se por formas horríveis e ascorosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa boa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor."
Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza:
- Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores, para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal o dogma da fé manter-se-á sempre, etc... Não digais isto a ninguém, excepto ao Francisco.
E acrescentou:
- Quando rezardes o terço, dizei depois de cada mistério:
"Ó meu Deus, per doai-nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas para o Céu, sobretudo as mais precisadas."
A aparição de 13 de Julho contém a chamada 3ª parte do "segredo" de Fátima. A 1ª e a 2ª, respectivamente, a visão do inferno e o pedido da consagração da Rússia, já tinham sido revelados. Foi em 13 de Maio de 2000 que o Papa João Paulo II beatifica Jacinta e Francisco Marto, e que é dada a conhecer publicamente a carta que Lúcia escrevera em 1944, onde narra a continuação da visão de 13 de Julho de 1917.

TERCEIRA PARTE DO "SEGREDO"
Carta escrita em Tuy, em 03-01-1944
"Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos numa luz imensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”. Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escarpada montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus."

19 de Agosto
Nos Valinhos (porque no dia 13 tinham sido impedidos de ir à Cova da Iria pelas autoridades)
- Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre.
Lúcia perguntou o que fazer ao dinheiro que deixavam junto da azinheira.
- Fareis dois andores, um levas tu com a Jacinta e mais duas meninas, o outro leva o Francisco com outros três rapazes, todos vestidos de branco. Será para a festa de Nossa Senhora do Rosário.
Rezai, rezai muito e fazei sacrifício pelos pecadores porque muitas almas vão para o inferno por não terem ninguém que se sacrifique por elas.

13 de Setembro
Os pastorinhos usavam uma corda apertada em volta da cintura como sacrifício e dormiam com ela.
- Deus está satisfeito com os vossos sacrifícios mas não quer que dormais com a corda. Trazei-a só de dia.

13 de Outubro
- Quero dizer-te que se construa aqui uma capela em minha honra. Eu sou a Senhora do Rosário. Continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os soldados virão para casa em breve.
É preciso deixar de ofender Nosso Senhor que já está tão ofendido.
De seguida deu-se o 'milagre do sol' durante dez minutos, presenciado por cerca de 70.000 pessoas. O sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia fitar-se sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se na terra. Neste espaço, os videntes puderam contemplar no céu as imagens da Sagrada Família, a visão de Nossa Senhora das Dores acompanhada de Nosso Senhor que abençoava o mundo,  e Nossa Senhora do Carmo.

Aparições posteriores a Lúcia:
Sendo Lúcia religiosa de Santa Doroteia, Nossa Senhora apareceu-lhe novamente em Espanha (10 de Dezembro de 1925 e 15 de Fevereiro de 1926, no Convento de Pontevedra, e na noite de 13/14 de Junho de 1929, no Convento de Tuy), pedindo a devoção dos cinco primeiros sábados (rezar o terço, meditar nos mistérios do Rosário, confessar-se e receber a Sagrada Comunhão, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria) e a Consagração da Rússia ao mesmo Imaculado Coração. 

Reconhecimento pela Igreja

13-10-1930 - Pela Carta Pastoral "A Divina Providência", o Bispo de Leiria declara "dignas de crédito as visões das crianças na Cova da Iria" e permite oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima.


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