Amor próprio
Estima própria?
Essa maldita palavra arruinou e continua arruinando tantos leigos, tantos padres, tantas casas religiosas; manda tantos ao purgatório e também ao inferno.
Alguns alegam aquela passagem “Honorem meum”.(Is 42,8; 48,11- Minha honra) Essa passagem refere-se em primeiro lugar à honra devida a Deus; em segundo lugar refere-se à honra de Jesus Cristo; e a honra e Jesus Cristo consistiu em ser desprezado, humilhado etc..
Que Deus não o permita, mas se na Congregação se introduzisse esse espírito de estima própria, seria melhor que a Congregação fosse destruída. E peço sempre a Deus que a faça destruir antes que nela se introduzam sentimentos tão pestíferos. A nossa estima própria deve estar em transformar-nos em cinza, postos debaixo dos pés de todos, cobertos de vergonha por amor de Jesus Cristo. Esse é o exemplo que nos deixou Jesus Cristo. Amaldiçoado não amaldiçoava... (2 Pd. 2,23).
Felizes vocês quando os amaldiçoarem e insultarem (Mt. 5,2). E volto a dizer: peço a Deus que a Congregação seja destruída antes de etc.. Pois de que serviria a Congregação?
Se um congregado me apresentasse semelhantes idéias, eu teria a impressão de estar diante de um condenado. Quem faz afirmações desse tipo, é preciso dizê-lo, não acredita na fé, não acredita no evangelho.
E é preciso que eu peça a Deus e a Ele me recomende, que não me deixe cometer atos de ódio contra uma pessoa assim. Quanto a mim, não sei como pessoas assim podem fazer oração, como podem encontrar paz na oração. Porque se vão à oração, Deus as repele; se vão à comunhão, Deus as repele etc.. Deus superbis resistit. Por isso, se alguém de hoje em diante me apresentasse semelhantes pretensões, eu iria perder o conceito que tenho dele. A nossa glória é sermos desprezados e envergonhados por causa de Jesus Cristo.
Muitos que saíram da Congregação, não sei, mas talvez saíram por um pouco de apego à estima própria. E quem sabe algum outro ainda nos deixará etc., porque jamais poderá estar tranqüilo na Congregação. Jamais poderá ter paz e estará sempre inquieto.
(Excertos do livro: Assim pensava Santo Afonso)
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