RÁDIO MENSAGEIRA DA PAZ

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Jacareí, 28 de agosto de 2011- Mensagem do Amantíssimo Coração de São José




"-Amados filhos Meus, hoje, o Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO vos abençoa novamente com o CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA e vos dá a paz!

Eu chamo cada alma, cada filho Meu, a vir para dentro do Meu Amantíssimo Coração, para nele encontrar toda paz, toda luz, toda graça e todo bem que necessita para chegar à salvação e finalmente chegar aos braços do Pai Celeste que vos espera com ânsia amorosa no Céu.

Vem alma! Vem Meu filho! Tu que Me ouves agora! Vem ao Meu Amantíssimo Coração para que Eu te encha dos favores do Altíssimo, para que Eu te dê sempre mais a graça e a paz que buscas, para que Eu te conduza como o Pai conduz o Seu filhinho com segurança pelo caminho certo que leva à felicidade.

Vem a Mim Meu filho! Não Me importa que estejas coberto de chagas como um leproso, coberto de pecados e de culpas que enfeiam a tua alma.
Vem a Mim com estas chagas, com estes pecados e misérias que tens, que Eu o teu Pai, as curarei todas, derramarei bálsamo em cada uma delas, delas cuidarei até que fechem completamente e tu recuperes aquela beleza que tinhas quando saíste das fontes batismais.

Sim, Eu te darei aquela beleza! Eu te darei aquela pureza inicial e muito mais! Dando-te Meu filho,
alma Minha, sempre mais, graça sobre graça e bem sobre bem, para que a tua santidade seja imensa e completa.

Eu, filho Meu, Sou teu Pai que quero dar-te sempre mais, o amor do Senhor. Quero dar-te sempre mais a benção e a graça do Altíssimo que te farão exultar de alegria em Deus.

Vem a Mim filho Meu, tu que caminhas nas trevas da noite, tu que caminhas na escuridão deste mundo que se afastou do Senhor, que renegou a Sua lei de Amor e que vive agora sob a direção de Satanás.

Vem a Mim filho Meu, e Eu, Eu teu Pai, te farei sempre mais encontrar a salvação, a luz, a graça, de forma que toda a tua vida será cheia do Espírito Santo e tu produzirás os Seus frutos de salvação, de alegria, de paz e tu serás uma árvore frondosa em cujos ramos os passarinhos virão assentar-se e buscar alimento em ti, ou seja, as outras almas que vagam pelo mundo, sequiosas de Deus, famintas da verdade, em ti finalmente, encontrarão o bom alimento da verdade, se saciarão e em ti e contigo encontrarão finalmente a salvação, o Deus de Amor que estas pobres almas tanto procuram.

Eu farei esta obra maravilhosa em ti, pelo poder do Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO, se tu Meu filho fores
dócil à Minha voz, se te deixares guiar, se te deixares formar e modelar por Mim. E então, Eu te transformarei numa obra maravilhosa aos olhos de todas as nações e toda língua então proclamará o louvor do Senhor por tudo aquilo que Ele fez em ti.

Vem a Mim filho Meu, alma Minha, tu que andas distante do Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO, tu que andas vagando num deserto já prestes a desfalecer, a morrer de fome e de sede, definhando passo a passo cada vez mais...
Vem a Mim e Eu saciarei a tua fome de amor, Eu saciarei a tua sede de amor, Eu te darei todo o Meu amor, Eu te darei toda a Minha predileção, Eu te darei todas as Minhas carícias e encherei a tua alma com o divino néctar do amor de Deus. E com este amor, tua alma transbordará um rio de amor e de paz por sobre toda a terra, transformando mesmo os desertos em vales férteis.

Eu, o teu Pai, derramarei sobre ti o nardo do amor do Altíssimo, e então a tua alma, a tua alma exultará, os teus ossos ressequidos recobrarão vida e tu cantarás os louvores do Senhor.
Eu quero te transformar Meu filho, numa fortaleza grande, inabalável, inexpugnável contra a qual o adversário não poderá, não poderá prevalecer. Os dardos inflamados dele quicarão em tuas paredes fortes e se voltarão contra ele mesmo. Eu quero te transformar nesta fortaleza e isto mesmo Eu farei, se tu te deixares guiar, se tu te deixares conduzir por Mim.

Vem, aprende de Mim a vencer o adversário, com a paciência, fechando sempre mais os sentidos de tua alma às sugestões dele. Opondo sempre mais as tentações dele, as virtudes contrárias aos vícios que ele te sugere. Rejeitando sempre mais os seus conselhos nefandos, procurando sempre mais renunciar a tua vontade para fazer a vontade do Altíssimo, para que assim, dia após dia o adversário perca um pouco mais de poder sobre ti, e aumente em ti a influência benéfica do Espírito Santo de Deus, produzindo em ti toda sorte de bons frutos e obras santas!

O Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO te guiará por este caminho, até te levar à perfeita santidade que o Altíssimo espera de ti.
Vem a Mim alma! Vem a Mim Minha flor! Flor que o Meu adversário pisoteou e recobriu com a lama do pecado e dos vícios deste mundo.
Vem a Mim, e Eu te transformarei numa nova flor: bela, perfumada, luminosa, viçosa para agradar a Santíssima Trindade e a Mãe de Deus.

Eu mesmo te cultivarei no jardim do Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO e te transformarei numa flor de rara beleza que fará com que todo o Céu e a Terra exultem de alegria ao sentir os teus perfumes.

O Meu MANTÍSSIMO CORAÇÃO te quer Meu filho! O Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO te busca, te chama.
Responde logo ao Meu chamado enquanto ainda podes ouvir a Minha voz, enquanto ainda podes achar-me, enquanto ainda podes encontrar o meu rastro porque te digo:
MUITO EM BREVE AS NOSSAS APARIÇÕES CESSARÃO NO MUNDO TODO, E JÁ NÃO PODERÁS
MAIS ENCONTRAR O MEU RASTRO!

Vem! Enquanto ainda é dia, porque a noite já vem caindo e se tu Meu filho não tiveres entrado pela porta aberta da misericórdia e da salvação, poderá ser surpreendido de repente pelas trevas da noite que cairão sobre ti, te envolverão de tal modo, que te sufocarão em seu negrume.

Vem Meu filho! Vem ao Meu Coração para que verdadeiramente, Eu te ilumine, Eu te alimente, Eu te fortaleça e te guarde no aprisco seguro do Meu amor, da Minha caridade, da Minha bondade.

Continuai Meus filhos com todas as orações que Eu vos dei aqui. Continuai com a Minha HORA DE ORAÇÃO todos os domingos, para que assim Eu possa manter sempre a chama da fé acesa nas vossas almas, nas vossas famílias e aonde quer que vós estejais o Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO vos salvará e salvará as vossas famílias por meio da Minha HORA SANTA DE ORAÇÃO.

A todos neste momento, vos abençôo generosamente, com todo o Meu Amor!"


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 01:01:0328 de agosto de 2008
Mensagem do Amantíssimo Coração de São José comunicada ao vidente Marcos Tadeu Teixeira na Capela do Santuário 

Santa Hora dos Anjos nº 19 do Santuário das Aparições de Jacareí - São Paulo - Brasil



 59:42
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06.03.2011-MENSAGEM DE SAO RAFAEL ARCANJO COMUNICADA AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA

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 21:24 06.03.2011-MENSAGEM DE SAO RAFAEL ARCANJO COMUNICADA AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA, NA CAPELA DO SANTUARIO DAS APARICOES DE JACAREI - SP - BRASIL. ONDE OCORREM AS MAIS INTENSAS APARIÇÕES DE:

RAINHA E MENSAGEIRA DA PAZ
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
AMANTISSIMO CORAÇAO DE SÃO JOSE
DIVINO ESPIRITO SANTO
DOS ANJOS E DOS SANTOS

SANTA HORA DA PAZ - VOL. 73 -

Click na imagem para ouvir o áudio 
 01:08:53ESTA SANTA HORA DE ORAÇÃO FOI ENSINADA POR NOSSA SENHORA EM PESSOA AO VIDENTE MARCOS TADEU, E ELA PEDE QUE A REZEMOS TODOS OS DIAS ÀS 8 HORAS DA NOITE
DESDE ENTÃO O VIDENTE OBEDIENTÍSSIMO DEDICA-SE A GRAVÁ-LAS EM CD PARA QUE POSSAMOS REZAR E MEDITAR MELHOR.
É ESTA MESMA HORA DE ORAÇÃO, A SANTA HORA DA PAZ,QUE TEMOS A IMENSA SATISFAÇÃO DE LEVAR ATÉ VÓS PARA QUE SE UNAM-SE A NÓS NESTA GRANDE CORRENTE DE AMOR E ORAÇÃO ATENDENDO AOS PEDIDOS DAQUELA QUE TANTO NOS AMA!

01 DE SETEMBRO - SANTA BEATRIZ DA SILVA E MENEZES -



Biografia

A família
“…educada num profundo espírito e virtudes cristãs.”
De nobilíssima família portuguesa, Beatriz da Silva e Menezes, nasceu na graciosa e ensolarada vila alentejana de Campo Maior, no ano de 1437. Filha de D. Rui Gomes da Silva, Alcaide Mor da já mencionada vila de Campo Maior e Ouguela e de Dona Isabel de Menezes, que era filha de D. Pedro de Menezes que foi Governador da Praça de Ceuta, nessa altura pertencente à coroa dos reis de Portugal. Os pais de Beatriz pertenciam à primeira nobreza e estavam ainda aparentados com a família real.
Tiveram 11 filhos, educados por franciscanos, que inculcaram no seu coração um profundo sentido cristão, ético e moral e uma especial amor à IMACULADA.

Campo Maior
A Princesa Isabel de Portugal, filha de D. Duarte, contrai núpcias com D. João II de Castela, e leva a sua prima Beatriz como dama. Era Beatriz muito nova e bela e de alma transparente e cristalina. Os ciúmes da Rainha chegaram ao desejo de a fazer desaparecer. Mas os desígnios de Deus são outros, e como do mal pode obter um bem, enquanto esta só e cerrada num cofre esperando a morte, aparece-lhe a Virgem Imaculada, Rainha de Portugal, a anunciar-lhe que seria mãe de muitas filhas e que fundasse uma Ordem dedicada ao serviço e louvor do mistério da sua Conceição Imaculada. Sai da Corte e nos Palácios de Galiana, em Toledo funda a sua Ordem há mais de 500 anos.

BEATRIZ É UMA GLÓRIA PARA A IGREJA!
BEATRIZ, UMA GLÓRIA DE PORTUGAL!

Beatriz continua sendo actual e uma mulher para os dias de hoje. Sua mensagem perdura ante o mundo e os valores do Evangelho.
Beatriz passou a sua infância e adolescência nesta nobre vila, rodeada do carinho de seus pais que a educaram num profundo espírito e virtudes cristãs.

Foi a oitava de doze irmãos: Pedro, Fernando, Diogo, Afonso, João (Beato Amadeu da Silva, fundador do ramo franciscano dos frades Amadeus, hoje extinto), Branca, Guiomar, Beatriz, Maria, Leonor, Catarina e Mécia.

***
Na Corte
“…enchia de fervor com o seu exemplo”.
Para Beatriz decorria tranquila a vida no velho solar de Campo Maior. Totalmente entregue a Deus, tinha esquecido o mundo com toda a sua agitação, embora vivesse nele.
Mas o Senhor tinha-a criado para coisas maiores que esta vida calma, e, para isso, tinha de a fazer passar pelo crisol do sofrimento, como costuma sempre fazer com os eleitos do seu coração.
Quando chegou, Beatriz cujos predicados e virtudes raramente se vêm em humana criatura, deram motivo à rainha Dona Isabel, filha de D. Duarte, rei de Portugal, e esposa em segundas núpcias de D. João II de Castela para levar por sua dama, para a Corte, a jovem Beatriz, que era sua parente muito chegada. Primeiro para Lisboa e a quando do casamento com D. João II de Castela, para Tordesilhas. A virtuosa dama era o mimo, e todo o desvelo da rainha que não podia estar sem ela um só instante. Só a jovem dama conseguia moderar alguns dos excessos da temperamental rainha de Castela que, se enchia de fervor com o seu exemplo e, quando a via entre as Senhoras e Damas da Corte de Castela, tinha grande satisfação de que a sua portuguesa brilhasse, como a mais bela das rosa entre as flores, e resplandecesse, como lua entre as estrelas. Diz-nos uma biografa da Santa, que Beatriz “era formosíssima, prudente, afável, inteligente, composta e de muita gentileza”, e outro autor: “que era bela, maravilhosamente bela, até ao deslumbramento”.
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O Ciúme
“…procurava viver em recolhimento, dando todo o seu amor e o maior tempo possível a Deus, o verdadeiro Senhor do seu coração.”
Costuma dizer-se que há males que vêm para bem, e vice-versa, que há bens que vêm para mal. E foi precisamente o caso de Beatriz. Porque a felicidade humana é inconstante e falível, não podiam durar por muito tempo os excessos de carinho e de atenção da rainha para com a jovem dama portuguesa.
A sua beleza, graciosidade e doçura, levou muitos nobres a pretendê-la para casar, aos quais, ela negou sempre a sua mão.
Mas, o facto mais doloroso, foi causado pelo ciúme da rainha que, chegou ao cúmulo de a fechar numa cofre, para que Beatriz ali morresse asfixiada. Tudo por ciúme, devido às atenções que o rei dava à jovem, que, de forma alguma, procurava atrair sobre si as atenções de quem quer que fosse, muito pelo contrário, procurava viver no recolhimento, dando assim todo o seu amor e o maior tempo possível ao Pai Eterno, o verdadeiro Senhor do seu coração.
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A visão
“…a sua vocação: fundar uma Ordem com o fim de honrar a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria”.
Foi, porém, naquela prisão, que a Santa recebeu em plenitude o “Dom de Deus”, e lhe foi dada a conhecer a sua futura missão, a sua vocação: a de fundar uma Ordem, com o fim de honrar a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria.
Nos três dias que permaneceu naquela escura prisão, apareceu-lhe a Santíssima Virgem com o menino nos braços. Trazia vestido um hábito todo branco e escapulário da mesma cor, e a cobri-la um manto azul.
Era vontade de Deus e de Maria que, Beatriz, fundasse uma Ordem destinada a defender e honrar o Mistério da Imaculada Conceição.

***
O inesperado
“…a rainha deu-lhe licença e liberdade para ir viver aonde mais fosse de sua vontade”.
O desaparecimento da jovem dama, provoca no seu tio D. João de Menezes (que também se encontrava na corte de Tordesilhas, ao serviço de D. João II de Castela), grande preocupação, até porque ele sabia do grande ciúme que a rainha nutria por Beatriz e temia o pior.
À pergunta de D. João de Meneses a Dona Isabel, sobre o paradeiro da sobrinha, a rainha respondeu-lhe «que viesse vê-la», e levou-o ao sítio onde a deixara encerrada, certa de que, ao abrir o cofre, a encontraria morta.
Viva a viu aparecer, e mais bela do que nunca! A rainha, pasmando do que tinha diante de si, não atinava que dizer – conta soror Catarina – e, assombrada duma coisa tão inesperada, não queria dar crédito aos seus próprios olhos, que viam o que naturalmente era impossível sucedesse.
Com este espanto, e, ao mesmo tempo, para se livrar da ocasião de voltar a criar problemas à dama Beatriz, a rainha deu-lhe licença e liberdade para ir viver aonde mais fosse de sua vontade.
Certamente que esta «experiência de encarceramento» foi, na vida de Beatriz, um marco importante que a levou a dar uma grande viragem no rumo da sua vida e a levou a abandonar a vida palaciana da corte de Tordesilhas e a retirar-se para Toledo.
***
Em viagem
“Este encontro deixou-lhe na alma uma grande consolação e abriu-lhe o entendimento às realidades sobrenaturais”.
A viagem para Toledo foi longa, arriscada e muito difícil, o que revela a personalidade forte e decidida de Beatriz.
É significativo, o episódio que ocorreu durante a viagem e que, todos as biógrafos da santa, são unânimes em relatar.
“Foi o caso que, no caminho para Toledo, ao passar por um monte (Beatriz), viu sair de trás dele dois religiosos da Ordem do meu Padre S. Francisco, e, julgando fossem enviados da rainha a fim de a confessarem para que depois lhe fosse tirada a vida, entrou, em grande temor; e não foi muito, que assim fizesse, quem havia experimentado os arrojos do zeloso peito duma rainha. (…) Acercaram-se os religiosos, e, um deles, que por seu modo parecia português, saudando-a na sua língua materna, lhe perguntou a causa da sua aflição e pena”.
Depois de saberem dos temores da nobre viajante, tranquilizaram-na os dois frades e falaram-lhe da fundação da Ordem da Imaculada Conceição. E, assim, foram conversando durante a viagem para Toledo. Mas tal como os discípulos de Emaús, também os dois frades desapareceram aos olhos de Beatriz e da sua comitiva, quando esta insistiu com eles, para que partilhassem com ela a ceia na próxima pousada.
Este encontro deixou-lhe na alma uma grande consolação e abriu-lhe o entendimento às realidades sobrenaturais e compreendeu que os seus companheiros de viagem eram Santo António de Lisboa e São Francisco de Assis.
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Em São Domingos “O Real”
“Florescia em todas as virtudes, era tida por santa e obrava milagres”.
Depois do sucedido e, com a autorização da rainha, Beatriz, retirou-se para a cidade de Toledo, onde viveu, voluntariamente, em completo encerramento, no Convento Dominicano de São Domingos O Real, ou O Antigo. Ali passou trinta longos anos, como senhora de piso, longe de tudo e de todos os seres queridos e totalmente desprendida das vaidades terrenas e desejos mundanos. E, como a formosura do seu rosto foi a causa de tantas discórdias na corte, cobriu o rosto com um véu branco durante o resto da sua vida, salvo em raríssimas excepções.
No mar, o navio é presa fácil do risco dos ventos, se, porém, chegar a um calmo e tranquilo porto, já não teme calamidades, mas está seguro. Também Beatriz, enquanto se encontrou no meio dos homens, contou com tribulações, riscos e embates contra a sua sensibilidade. Mas, ao chegar ao porto do silêncio, para ela preparado, não mais teve medo, e entrega-se toda nas mãos de Deus, confiando no Seu amor sem medida.
Não fazia parte das religiosas que compunham a comunidade, mas, ali vivia como uma delas, em completa vida de clausura. Como nos canta soror Catarina: Beatriz “Florescia em todas as virtudes e comia parcamente, que era tida por santa e obrava milagres, que se distinguiu sempre por sua humildade e obediência às superioras” do dito Convento de São Domingos O Real e a sua vida era verdadeiramente exemplar. Das rendas, que possuía, reservava uma moderada parte para o tratamento, e decência da sua pessoa, e, tudo o mais, o gastava em esmolas e
Deus. E só pela entrega total de si mesmo se entra neste caminho de perfeição e de união com Deus. Contudo, quem diz “entrega total”, diz “renúncia total”. Deus de todos espera o desapego completo de tudo o que não seja Ele. O mais pequeno vínculo impede a alma de levantar voo. Por isso, é urgente perder tudo, para ganhar O Tudo. É urgente entregar tudo o que temos e somos sem hesitação.
O mercador de pérolas do Evangelho, vendeu todos os seus bens para comprar a pérola mais fina que tivera a sorte de encontrar. Beatriz, por sua vez, renunciou à sua luminosa beleza, à sua posição social, à sua fortuna e à possibilidade de fazer um casamento invejável, aos olhos do mundo, para se fechar num Convento, onde nem sequer era freira. Assim, sem vínculo nenhum, poderia levantar voo e voar na imensidão do amor de Deus e saciar a sua sede na fonte da Água Viva. Preparando-se desta forma, para a Obra a que fora destinada pela Imaculada.

***
A espera
“…mantinha-se simplesmente à escuta do que Deus lhe ordenava”.
A nós, que vemos os acontecimentos no seu aspecto meramente exterior, sem muitas vezes, poderem apreender-se as realidades profundas que essas aparências encobrem, parecerá incompreensível esta demora tão grande em realizar planos que se sabia serem divinos. Que significavam tantos anos de aparente inacção, segundo os nossos juízos? Que fazia Beatriz da Silva e Meneses em São Domingos O Real, onde, nem sequer era religiosa? Porque esperava?
Ora, tais circunstâncias, levam-nos a crer que ela se mantinha simplesmente à escuta do que Deus lhe ordenava. Ia-se exercitando na conquista de uma das virtudes mais difíceis de praticar quando se deseja um bem que tarde em vir; a paciência, na perfeita conformidade com a Vontade de Deus.
“Poucas vezes uma fundadora terá sido preparada tão profunda e prolongadamente para a sua missão carismática”
Quando ela atingiu o grau de perfeição na virtude requerido para empreendimento tão sublime, corria o ano de 1484, recebeu então a ordem aguardada durante trinta longos anos entre os muros de São Domingos “O Real”. E logo se seguiu um período de intensa actividade, a esses longos anos vividos na obscuridade e no silêncio do claustro.
***
Os preparativos
“Com a sua admirável generosidade, passou a dar-se sem reservas, ao cumprimento da missão que Deus lhe confiava”.
Dizem os biógrafos da Santa fundadora, que lhe apareceu outra vez a Mãe de Deus, tornando a mostrar-lhe como haveria de ser o hábito que trariam vestido as suas religiosas, pois, já o havia feito, a quando da visão no cofre em Tordesilhas, e, ainda, para lhe dizer que tinha chegado o tempo de pôr mãos à realização da Obra. Tinha soado a hora para a qual Beatriz da Silva orientara o curso de toda a sua vida, na qual concentrara todos os seus esforços e, para a qual, dirigira todas as suas aspirações. Urgia, agora, dedicar à realização da sua Obra todas as forças e o tempo que lhe restava viver na terra.
Com a sua admirável generosidade, passou a dar-se sem reservas, ao cumprimento da missão que Deus lhe confiava. Finalmente, o sonho que iluminara toda a sua vida, o desejo que o seu coração acalentava de espalhar pelo mundo a devoção à Imaculada Conceição, e honrar através da sua futura Ordem, este mistério tão grande e tão sublime, começava a realizar-se e a criar forma.
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A fundação
“Terão como carisma próprio o da Imaculada Conceição”.
Ajudada pela rainha Isabel “a Católica”, que lhe deu os palácios chamados de Galiana, por terem outrora pertencido à princesa Galiana, filha de um rei mouro que os mandara construir propositadamente para esta sua filha, bem como a Igreja de Santa Fé, situada junto ao Palácio de Galiana. Beatriz deixa o Convento de São Domingos O Real, onde viveu 30 longos anos, para se instalar com mais doze donzelas de muita virtude e nobreza, no local que a rainha lhes oferecera. Entrou com grande alegria nessa casa tão desacomodada e, logo, deu ordens para que se fizessem as obras necessárias e conveniente para a transformar num Convento de religiosas contemplativas de clausura, começando por arranjar a Igreja. Tanto que, logo que se instalaram no seu Convento de Santa Fé, e, provido este, do essencial para a vida comunitária contemplativa, ordenou a santa fundadora o modo de viver que haviam de guardar ela e suas filhas e, composta a Regra, a enviar ao Sumo Pontífice Inocêncio VIII com petição da rainha Isabel “a Católica” para que Sua Santidade aprovasse esta Ordem com o título da Imaculada Conceição, bem como a Regra, o modo de rezar e de vestir (o hábito).
Foi, por meio de um «estranho» mensageiro, que a fundadora soube que, Roma tinha expedido a Bula de aprovação da Ordem. Contudo, mais tarde, chega a notícia de que o navio que transportava a Bula de aprovação, tinha naufragado. Beatriz comunicou o facto à rainha, e só teve uma ideia: pôr-se a rezar. Ao fim de três dias, aparece a Bula num cofre do Convento. Como aconteceu este «prodígio»? A verdade é que, hoje, a dita Bula se encontra no Convento de Toledo. Inocêncio VIII tinha dito sim ao pedido de Beatriz, com o apoio da rainha Católica. Estava a Bula dirigida ao bispo de Coria e Catânia, e ao Vigário de Toledo, para «executar a Bula» em 1491. A Bula papal cita expressamente a rainha Isabel e soror Beatriz, a quem autoriza a fundar um Convento, de clausura. Segundo palavras de Sua Santidade: Nos foi humildemente suplicado que se dignasse a Nossa Benignidade Apostólica erigir na referida casa um Mosteiro de Monjas, sob a invocação da Imaculada Conceição. Beatriz gozaria da dignidade de Abadessa, e a casa teria campanário, dormitório, refeitório, hortas e outras oficinas, na qual vivam as religiosas em comunidade sob a regular observância e perpétua clausura. E dá poder à Abadessa para que possa formar estatutos e ordenanças. Vestirão de branco, com manto cor (azul) celeste, e, «no manto e escapulário, tragam fixa a imagem da Virgem Maria, e se cinjam com uma corda de cânhamo, à maneira dos Frades Menores». Terão como carisma próprio o da Imaculada Conceição. A Bula «Inter Universa» está datada de 30 de Abril de 1489, quinto ano do Pontificado de Inocêncio VIII. É esta, certamente, a autorização solene, oficial e pontifícia para a Fundação.
E, finalmente, no antigo palácio, de uma princesa moura, tem o seu berço a Ordem da Imaculada Conceição, melhor dizendo, começam a escrever-se com letras de luz, silêncio e oração as glórias da Imaculada Conceição.
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A passagem
“…no ocaso da vida tudo passa, só Deus fica e o que por Ele tivermos feito”.
Seis anos passaram estas almas desejosas de uma entrega radical, à espera que lhes chegasse a aprovação de Roma. Quando esta, finalmente chega, a Obra começa a desenvolver-se em pleno. No entanto, um novo sacrifício lhes estava reservado.
Tinha já sido marcada pelo Bispo de Toledo, a festa das profissões, de Beatriz e das suas doze companheiras, quando a Santíssima Virgem de novo lhe aparece dizendo-lhe: – “Dentro de dez dias virei buscar-te porque não é vontade de Meu Filho que gozes aqui na terra o que tanto desejastes”.
Duro golpe difícil de compreender, mas que Beatriz aceita com o coração em festa, como através de toda a sua vida aceitou sempre qualquer manifestação da Vontade do Pai Eterno. E nisto consistiu precisamente o segredo de toda a sua santidade, pois, só no cumprimento da vontade de Deus, reside o segredo da santificação de qualquer alma. Fora desta vontade não há santificação possível.
Efectivamente, no dia preciso em que estava marcada a festa do início da Ordem, Beatriz voou para o Céu, tendo, antes, recebido o hábito branco e azul, como a Senhora lhe tinha indicado, e feito nas mãos de um sacerdote Franciscano, a sua Profissão Religiosa. Morria assim, como uma verdadeira Concepcionista. A noite da sua vida passara. Tinha sido uma noite de lutas e sofrimentos em que venceu, é certo, mas que, para isso, teve de lutar denodadamente. Tudo agora findava, melhor, tudo agora começava, e morria feliz, pois, como diz o autor, “no ocaso da vida tudo passa, só Deus fica e o que por Ele tivermos feito”. É que, na eternidade seremos julgados, não tanto pelo muito que fizemos ou possuímos, mas pelo muito que amámos. E Beatriz viveu uma vida intensa de amor e de entrega total a Deus.
***
A estrela
“…do seu rosto saiam raios de luz e uma estrela luminosa fixou-se-lhe na testa e ali permaneceu até que soltou o último suspiro”.
No momento da sua morte há um pormenor que não pode ser esquecido. Desde que saíra da Corte de Tordesilhas, Beatriz cobria o seu belíssimo rosto com um véu branco a fim de ocultar, aos olhos de todos, a sua grande beleza que fora causa de tantos desgostos e dissabores. E, assim, viveu os cerca de trinta anos que durou a sua vida retirada no Convento de S. Domingos “O Real”, e depois já no seu Convento definitivo.
No momento derradeiro, ao levantarem-lhe o véu para lhe ser administrado o sacramento da Unção dos Enfermos, todos viram, com assombro, que, do seu rosto, saiam raios de luz que iluminaram todo o aposento em que se encontravam, e uma estrela luminosa fixou-se-lhe na testa e ali permaneceu até que soltou o último suspiro. E é este o motivo pelo que a imagem da santa de Campo Maior se representa com uma estrela na fronte. Esta significa, certamente, a luz que ela irradiou então e que continua, ainda hoje, a irradiar ao longo destes cinco séculos que nos separam já da sua morte, ocorrida em Toledo no dia 9 de Agosto de 1492.
Luz que brota do testemunho de vida de Beatriz, que “…toda se abandonou à vida de santidade…” e das suas filhas, que encerradas nos seus Conventos seguem as pisadas da sua mãe e mestra, vivendo os rigores do evangelho.
***
Depois da morte
“…todas viviam unidas, «num só coração e numa só alma»”.
Como nos conta Soror Catarina: “Logo que a serva de Deus expirou pensaram as religiosas de São Domingos levar para o seu Convento, não só as doze religiosas, porque não haviam professado e ficavam sem Madre, senão também o venerável corpo da Fundadora, porque, tendo vivido tantos anos com elas, julgavam que lhes pertencia; e, nesta ideia, começaram a fazer diligências, levando em seu auxílio alguns religiosos da sua Ordem para conseguirem levar a cabo a sua empresa, e, por conseguinte, para que a casa e Ordem da Imaculada Conceição ficasse desfeita. Não era porém essa a vontade do Senhor, que constantemente velava pelas suas servas; e não queria que desaparecessem de sobre a terra; e, por isso, mais uma vez as ilustrou com um novo milagre, como foi o aparecimento da Santa Fundadora a frei João de Tolosa.”
Antes, mesmo, da chegada de frei João de Tolosa já os religiosos franciscanos de Toledo haviam impedido que o corpo de Beatriz da Silva fosse levado pelas religiosas de São Domingos “O Real” e o sepultaram na Igreja de Santa Fé, junto às suas filhas.
Contudo, as religiosas de São Domingos não desarmaram e, visto que, não tinham conseguido os restos mortais da fundadora, pelo menos, achavam-se no direito de reclamar para si as doze jovens que faziam parte da comunidade de Beatriz, argumentando que estas ainda não tinham tomado hábito nem feito votos.
Foi, neste contexto, que frei João de Tolosa veio encontrar as jovens discípulas de Beatriz da Silva. Imediatamente este ilustre franciscano fez desistir dos seus intentos as religiosas de São Domingos “O Real” e marcou, para dentro de oito dias, a tomada de hábito e a profissão religiosa das doze valorosas filhas de Beatriz. Tendo sido nomeada para Abadessa soror Filipa da Silva, sobrinha da fundadora.
Contudo, não ficaram por aqui as dificuldades por que teve de passar a jovem comunidade Concepcionista.
As religiosas Beneditinas do Mosteiro de São Pedro das Donas haviam decaído um pouco no fervor primitivo da sua Ordem. Por isso, o Reformador Geral de todas as Ordens no Reino de Castela, frei Francisco de Cisneros, ordenou que o Convento de Santa Fé e o Mosteiro de São Pedro das Donas se juntassem num só. Passando as religiosas de Santa Fé a viver no Mosteiro de São Pedro das Donas. Por outro lado, por breve do Papa Alexandre VI as monjas das Donas passavam a vestir o hábito da Ordem da Imaculada Conceição e adoptavam a forma de viver desta jovem Ordem. E ainda, deveria a Abadessa de São Pedro das Donas renunciar ao seu cargo em favor de Madre Filipa da Silva que passaria a ser a Abadessa da nova comunidade.
No entanto, as mudanças não foram fáceis, pois, graves divisões surgiram na comunidade, que, por três vezes, esteve à beira da extinção, devido às reforma implantadas por Madre Filipa da Silva e que, desagradaram muito às antigas religiosas de São Pedro por não aceitarem que uma Ordem mais nova, viesse impor a uma Ordem mais antiga correcções e tradições.
A tal ponto chegou a situação que, frei Francisco de Cisneros, à data, arcebispo de Toledo, esteve a ponto de ordenar se extinguisse de vez a Ordem da Imaculada Conceição. Não era esse, no entanto, o projecto de Deus que levou o ilustre prelado a fazer uma última tentativa para repor a unidade e a caridade no referido Convento. Para isso, dirigiu às religiosas do dito Convento, uma veemente exortação a que se apaziguassem. Conta-nos Soror Catarina que o arcebispo lhes falou com tão inspirado afecto que lhes abriu o coração e os pacificou de tal maneira que, as que haviam abandonado a comunidade, voltaram bastante emendadas, conformando-se todas numa só vontade e amor, transformando-se o Convento num autentico paraíso.
E dava gosto, depois, ver o Convento da Imaculada Conceição, onde todas viviam unidas, “num só coração e numa só alma”.
Depois destas duras provas, a Ordem da Imaculada Conceição entra num período de grande florescimento, tornando-se numa das maiores Ordens Religiosas femininas de vida contemplativa, da Igreja.

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A glorificação
“…a Igreja sente necessidade e alegria em nos dizer que Beatriz da Silva, é Santa”.
Ao longo da história, Deus suscita homens e mulheres que, compreendendo o único Absoluto, e que foram capazes de assumir atitudes de vida que, ainda hoje, têm lições de vida e de sabedoria. A vivência do Evangelho continua a gerar verdadeiros sábios em todas as épocas, que, com os seus exemplos e palavras, possuem uma força de persuasão que não vem dos livros, mas do Espírito Santo.
Inteiramente abandonados à acção de Deus, os santos deixam-se conduzir pelo Espírito Santo por caminhos desconhecidos, até ao dom total de si mesmos. E foi o que aconteceu com Beatriz da Silva e Menezes, por isso mesmo, a Igreja sente necessidade e alegria em nos dizer que, fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, faz parte deste grupo de obras-primas da criatividade do Espírito Santo e que nunca se repetem, que são os Santos. E fá-lo oficialmente, quando o Papa Pio XI a 28 de Julho de 1926 a beatifica e a 3 de Outubro de 1976, o papa Paulo VI a canoniza.
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31 de agosto São Raimundo Nonato



São Raimundo Nonato
Raimundo nasceu em Portell, na Catalunha, Espanha, em 1200. Seus pais eram nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de modo trágico: sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de dar-lhe à luz. Por isso Raimundo recebeu o nome de Nonato, que significa não-nascido de mãe viva, ou seja, foi extraído vivo do corpo sem vida dela.

Dotado de grande inteligência, fez com certa tranqüilidade seus estudos primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, tratou de mandá-lo administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Com isso, queria demovê-lo da idéia de ingressar na vida religiosa. Porém as coisas aconteceram exatamente ao contrário.

Raimundo, no silêncio e na solidão em que vivia, fortificou ainda mais sua vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês, fundada por seu amigo Pedro Nolasco, agora também santo. A Ordem tinha como principal finalidade libertar cristãos que caíam nas mãos dos mouros e eram por eles feitos escravos. Nessa missão, dedicou-se de coração e alma.

Apesar da dificuldade, conseguiu o consentimento do pai e, finalmente, em 1224, ingressou na Ordem, recebendo o hábito das mãos do próprio fundador. Ordenou-se sacerdote e seus dotes de missionário vieram à tona, dedicando-se nessa missão de coração e alma. Por isso foi mandado em missão à Argélia, norte da África, para resgatar cristãos das mãos dos muçulmanos. Conseguiu libertar cento e cinqüenta escravos e devolvê-los às suas famílias.

Quando se ofereceu como refém, sofreu no cativeiro verdadeiras torturas e humilhações. Mas mesmo assim não abandonou seu trabalho. Levava o conforto e a Palavra de Deus aos que sofriam mais do que ele e já estavam prestes a renunciar à fé em Jesus. Muitas foram as pessoas convertidas por ele, o que despertou a ira dos magistrados muçulmanos, os quais mandaram que lhe perfurassem a boca e colocassem cadeados, para que Raimundo nunca mais pudesse falar e pregar a doutrina de Cristo.

Raimundo sofreu durante oito meses essa tortura até ser libertado, mas com a saúde abalada. Quando chegou à pátria, na Catalunha, em 1239, logo foi nomeado cardeal pelo papa Gregório IX, que o chamou para ser seu conselheiro em Roma. Empreendeu a viagem no ano seguinte, mas não conseguiu concluí-la. Próximo de Barcelona, na cidade de Cardona, já com a saúde debilitada pelos sofrimentos do cativeiro, Raimundo Nonato foi acometido de forte febre e acabou morrendo, em 31 de agosto de 1240, quando tinha, apenas, quarenta anos de idade.

Raimundo Nonato foi sepultado naquela cidade e o seu túmulo tornou-se local de peregrinação, sendo, então, erguida uma igreja para abrigar seus restos mortais. Seu culto propagou-se pela Espanha e pela Europa, sendo confirmado por Roma em 1681. São Raimundo Nonato, devido à condição difícil do seu nascimento, é venerado como Padroeiro das Parturientes, das Parteiras e dos Obstetras.